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sexta-feira, 4 de julho de 2014

Doenças transmitidas por mosquitos: cuidado com as picadelas

Viajar para destinos internacionais, sem medidas preventivas adequadas pode causar retorno ao país de origem com alguma doença tropical. Assim, quando viajar é importante tomar precauções contra as doenças infecciosas e os riscos de saúde relacionados à falta de higiene, saneamento e qualidade da água. Recentemente, soube-se que várias pessoas foram infectadas durante uma viagem para algumas áreas do
Caraíbas, devido a uma doença pouco conhecida: a febre chikungunya.

Nos últimos anos, tem havido uma onda de doenças raras, associada a um aumento no número de viajantes que vão para países tropicais ou em desenvolvimento, que não seguem as medidas preventivas recomendadas pelas autoridades de saúde. 

Casos importados de chikungunya 

Os mosquitos, carraças e moscas podem transmitir doenças graves que podem comprometer a saúde. 
A Febre Chikungunya é uma doença viral, descoberta na Tanzânia, em 1952, e é transmitida pela picada do mosquito da febre amarela (Aedes aegypti, ver foto desta notícia) e pelo mosquito tigre asiático (Aedes albopictus). Embora o primeiro se limita a áreas tropicais, o mosquito tigre é encontrado em muitas partes da Europa, incluindo na Catalunha. Se o inseto pica uma pessoa infectada, adquire o vírus e pode espalhar a infecção em cada picadela. 

Este vírus pertencente à família Togaviridae. Chikungunya significa Kimakonde (língua Bantu da Tanzânia) "bend", em referência à aparência encurvada causando forte dor nas articulações para as pessoas afetadas. Também causa febre, dor muscular, dor de cabeça, náuseas, fadiga e erupção cutânea, semelhantes aos dos sintomas de dengue, o que pode, por vezes, confundir o diagnóstico. O período de incubação é de 4-12 dias após as picadas de mosquitos infectados. Na fase aguda da doença, provoca intensa dor de cabeça e mal-estar, que geralmente dura cinco dias.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença não é fatal, mas causa dor nas articulações que podem durar semanas, meses e até anos. O tratamento visa aliviar os sintomas. A maioria das pessoas afetadas recupera-se completamente, embora tenham havido alguns casos com sequelas oculares, neurológicas, cardíacas e gastrointestinal. Embora as complicações não sejam comuns, em idosos pode ser fatal. 

Espera-se que com as férias e viagens para áreas endémicas, os casos com esta doença possam aumentar. No entanto, é difícil de quantificar, uma vez que como não é uma doença de notificação obrigatória, não há nenhum registo do total de casos de chikungunya. 

Prevenção: os mosquitos à distância 

Ficar perto dos locais de reprodução dos mosquitos é um fator de alto risco para o desenvolvimento de febre chikungunya e de outras doenças transmitidas por vetores, como a dengue e a malária. Até agora, a atitude preventiva mais eficaz tem passado pela redução dos reservatórios de água (natural e artificial), porque é onde os mosquitos colocam os ovos e as larvas se desenvolvem. Na verdade, o mosquito tigre precisa de pouca água para pôr ovos: uma pequena poça serve. 

Os viajantes para áreas de risco devem ter cautela e tomar medidas preventivas contra as picadelas de mosquitos: uso de repelentes (se usar também usar um protetor solar, deve primeiro aplicar o protetor solar e, depois de esperar meia hora, colocar o repelente para mosquitos, pois a eficácia de ambos poderá ser comprometida), usar calças compridas e camisas de mangas compridas e instalar rede mosquiteiras nas janelas.

Doenças transmitidas por vetores 

Vetores são pequenos insetos, como mosquitos, carraças ou moscas, capazes de transmitir doenças graves que podem comprometer a saúde. Segundo dados da OMS, as doenças transmitidas por vetores mata anualmente mais de um milhão de pessoas, e metade da população mundial está em risco. Uma única picadela pode causar a doença de Chagas, malária, dengue, febre amarela, doença de Lyme ou leishmania. 

Por esta razão, as autoridades de saúde insistem em algumas precauções básicas quando viaja, nomeadamente: tomar a vacina contra a febre amarela, uso de redes mosquiteiras nas janelas, uso de roupas de cor clara, mangas compridas e calças compridas, uso de repelente e dormir sob redes mosquiteiras.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Vigilância de Vectores nos Concelhos de Barcelos e Esposende

As doenças transmitidas por vectores têm emergido, ou reemergido, como resultado de alterações climáticas, demográficas e sociais, alterações genéticas nos agentes patogénicos, resistência dos vectores a insecticidas, entre outros factores.

Privilegiando a prevenção, em detrimento da resposta à emergência, a vigilância permitirá que qualquer alteração na abundância, na diversidade e no papel do vector, detectada atempadamente, leve as autoridades de saúde a tomar medidas que contribuam para o controlo das populações de vectores de forma a eliminar/minimizar o impacto na saúde pública.

Em 2008, através de um protocolo celebrado entre as Administrações Regionais de Saúde, a Direcção-Geral da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, foi criada uma Rede de Vigilância de Vectores - REVIVE – a nível nacional. A importância da criação do REVIVE deveu-se, sobretudo, à necessidade de saber exactamente que espécies de vectores estão presentes em Portugal, e onde, assim como de clarificar o seu papel como vector de agentes de doença.

Na região Norte, o REVIVE iniciou-se com a vigilância de culicídeos (mosquitos e larvas), sendo em 2011 alargado à vigilância de ixodídeos (carraças). De salientar que, das capturas já efectuadas na região Norte, não foram identificadas espécies exóticas/invasoras, fazendo todas as espécies encontradas parte da fauna de culicídeos de Portugal.

Este programa, que se desenvolve entre Maio e Outubro, está implementado localmente pela Unidade de Saúde Pública de Barcelos/Esposende, compreendendo a captura destes vectores nos concelhos de Barcelos e Esposende em locais previamente seleccionados. No concelho de Esposende, desde 2008, foram já efectuadas capturas nas freguesias de Palmeira de Faro, Marinhas, Esposende, Fão e Apúlia. No concelho de Barcelos, com início apenas em 2010, foram capturados vectores nas freguesias de Vilar de Figos e Macieira de Rates.

Pretende-se que os locais de captura, a seleccionar para 2011, contribuam para uma melhor caracterização das espécies de vectores – larvas, mosquitos e carraças – existentes na área geográfica do concelho de Barcelos e Esposende. Desta forma, convida-se a população de Barcelos e Esposende a indicarem à Unidade de Saúde Pública possíveis locais de captura destes vectores, que pelo seu conhecimento sejam locais de grande abundância destes vectores.

Para dúvidas, sugestões ou comentários, não hesite em utilizar o endereço de correio electrónico usp@csbarcelinhos.min-saude.pt.

Nota: Elaborado por Sílvia Silva, Técnica de Saúde Ambiental da Unidade de Saúde Pública de Barcelos/Esposende e publicado no Jornal de Barcelos de 30/03/2011

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Transmissão de agentes infecciosos por vectores

Algumas doenças infecciosas, como o sarampo e a varicela, são prevalentes durante todo o ano. Outras, são caracteristicamente sazonais, como as zoonoses, nas quais o hospedeiro animal ou os insectos vectores são mais activos numa determinada estação.


Em termos gerais, um vector é qualquer fonte de transmissão de agentes infecciosos (vírus, bactérias, protozoários e fungos). Frequentemente, o termo restringe-se a insectos artrópodes que transmitem um agente infeccioso, tanto biologicamente, através do seu organismo interno, como mecanicamente, através dos seus membros. Exemplos comuns são os mosquitos, pulgas e carraças que podem transmitir esses agentes aos seres humanos e animais.


Usualmente, os mosquitos efectuam as posturas em zonas húmidas ou de água parada, preferencialmente fossas, esgotos, águas estagnadas e poluídas. A maioria dos mosquitos adultos vive no exterior. Durante o dia estão inactivos em zonas resguardadas e sombrias, enquanto que à noite, as fêmeas hematófagas retomam a actividade para se alimentarem, picando indiferenciadamente humanos e animais.


Para evitar a transmissão de doenças, através dos mosquitos, devemos implementar todas as medidas de controlo que estejam ao nosso alcance, quer sejam no controlo de larvas de mosquitos, quer no controlo de mosquitos adultos.


MEDIDAS DE CONTROLO: LARVAS DE MOSQUITO


Um dos principais métodos de luta em relação às populações de mosquitos reside na eliminação dos locais de postura e criação de larvas. Este método pode envolver, entre outras, as seguintes medidas:
    • Esvaziamento e remoção de contentores ocasionais, como pneus velhos e latas;
    • Redução das depressões nos terrenos;
    • Corte regular de ervas altas, que sejam propícias à retenção de águas;
    • Remoção de barreiras de forma a permitir que a água corra livremente;
    • Selagem de tanques ou fossas onde os esgotos possam ficar estagnados;
    • Dotar os aterros sanitários de um declive final, de forma a facilitar a drenagem;
    • Tendo em conta que pequenos charcos e lagos constituem locais preferenciais de criação de larvas, as ervas circundantes devem ser retiradas e a água renovada;
    • Em campos irrigados, os problemas dos mosquitos podem ser relevantes. Estes normalmente procuram água armazenada, bem como o sistema de distribuição e de drenagem. Para controlar esta situação, é necessário usar quantidades de água suficientes para a manter em movimento nos sistemas e evitar a sua estagnação.


    MEDIDAS DE CONTROLO: MOSQUITOS ADULTOS


    Uma das medidas de controlo contra os mosquitos adultos é proteger as nossas habitações. À noite, os mosquitos são controlados eficazmente através de redes com uma malha de 4,8x4,8 mm ou 4,2x4,2 mm que impedem a sua passagem.


    Por outro lado, a aplicação de repelentes químicos em superfícies do corpo, pode prevenir as picadas de mosquito por períodos entre 2-12 h. Contudo, esta protecção depende da pessoa, da espécie de mosquito e da abundância de mosquitos existente.



    Nota: Elaborado por Sílvia Silva, Técnica de Saúde Ambiental da Unidade de Saúde Pública de Barcelos/Esposende