As doenças transmitidas por vectores têm emergido, ou reemergido, como resultado de alterações climáticas, demográficas e sociais, alterações genéticas nos agentes patogénicos, resistência dos vectores a insecticidas, entre outros factores.
Privilegiando a prevenção, em detrimento da resposta à emergência, a vigilância permitirá que qualquer alteração na abundância, na diversidade e no papel do vector, detectada atempadamente, leve as autoridades de saúde a tomar medidas que contribuam para o controlo das populações de vectores de forma a eliminar/minimizar o impacto na saúde pública.
Em 2008, através de um protocolo celebrado entre as Administrações Regionais de Saúde, a Direcção-Geral da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, foi criada uma Rede de Vigilância de Vectores - REVIVE – a nível nacional. A importância da criação do REVIVE deveu-se, sobretudo, à necessidade de saber exactamente que espécies de vectores estão presentes em Portugal, e onde, assim como de clarificar o seu papel como vector de agentes de doença.
Na região Norte, o REVIVE iniciou-se com a vigilância de culicídeos (mosquitos e larvas), sendo em 2011 alargado à vigilância de ixodídeos (carraças). De salientar que, das capturas já efectuadas na região Norte, não foram identificadas espécies exóticas/invasoras, fazendo todas as espécies encontradas parte da fauna de culicídeos de Portugal.
Este programa, que se desenvolve entre Maio e Outubro, está implementado localmente pela Unidade de Saúde Pública de Barcelos/Esposende, compreendendo a captura destes vectores nos concelhos de Barcelos e Esposende em locais previamente seleccionados. No concelho de Esposende, desde 2008, foram já efectuadas capturas nas freguesias de Palmeira de Faro, Marinhas, Esposende, Fão e Apúlia. No concelho de Barcelos, com início apenas em 2010, foram capturados vectores nas freguesias de Vilar de Figos e Macieira de Rates.
Pretende-se que os locais de captura, a seleccionar para 2011, contribuam para uma melhor caracterização das espécies de vectores – larvas, mosquitos e carraças – existentes na área geográfica do concelho de Barcelos e Esposende. Desta forma, convida-se a população de Barcelos e Esposende a indicarem à Unidade de Saúde Pública possíveis locais de captura destes vectores, que pelo seu conhecimento sejam locais de grande abundância destes vectores.

Nota: Elaborado por Sílvia Silva, Técnica de Saúde Ambiental da Unidade de Saúde Pública de Barcelos/Esposende e publicado no Jornal de Barcelos de 30/03/2011
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