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quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Semana Europeia da Mobilidade

A Semana Europeia da Mobilidade (SEM) é uma iniciativa da Comissão Europeia que  visa promover uma mudança comportamental no sentido de uma cultura de mobilidade urbana mais sustentável.

Este ano, a 18.ª edição da Semana Europeia da Mobilidade decorre de 16 a 22 de setembro e tem como lema:  «Caminhar e Pedalar em Segurança», e com o slogan «Caminha connosco». Como habitualmente, a iniciativa encerrará no dia 22, com a realização da 20.ª edição do Dia Europeu Sem Carros.
Em Portugal, que participa na iniciativa europeia desde a primeira hora, tem-se vindo a gerar um grande movimento de adesão, não só por parte do público, como através de um número crescente de parceiros que colaboram ativamente com as autarquias envolvidas.
Anualmente, qualquer autarquia tem a oportunidade de participar nesta iniciativa fazendo a sua inscrição online no site europeu.
Recorde-se que o Governo aprovou a Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável (ENMAC) 2020-2030, publicada a 2 de agosto de 2019, que se constitui como uma estratégia integrada na área da mobilidade, «assegurando a promoção do uso da bicicleta, a consequente adoção de hábitos de vida mais saudáveis e o investimento na construção de ciclovias».
Os objetivos desta estratégia incluem a colocação de Portugal ao nível de outros países onde esta prática já está enraizada, permitindo maximizar benefícios para a saúde das populações, retirar carros das ruas, devolver espaço público, aliviar o congestionamento urbano, baixar os níveis de ruído e reduzir a poluição atmosférica. Mais informações aqui.
Dos 2 municípios a que o ACeS do Cávado III pertence, apenas Barcelos aderiu à Semana Europeia da Mobilidade.
No Município de Barcelos durante uma semana são várias as actividades organizadas dirigidas a todas as idades.
De realçar que até domingo, os munícipes podem utilizar o transporte urbano “BarcelosBus”, gratuitamente, das 7h00 às 20h30.
Nesta quinta-feira, o Grupo Operacional da Deficiência promove o Festival de Rua-Pegada Inclusiva e, às 19h00, o programa Barcelos Saudável promove mais uma vez o desporto de rua, no Parque da Cidade.
Esta sexta-feira, dia 20 de Setembro, é dedicado ao desporto ao ar livre, na Avenida da Liberdade, com uma mega aula de combat, entre outros desportos amadores.
No dia 21 de Setembro, das 9h00 às 12h30, realiza-se um passeio que inicia com uma viagem de autocarro, seguido de caminhada e passeio de barco e termina com uma viagem de autocarro, com partida na Avenida da Liberdade. No mesmo dia, das 10h00 às 17h00, estará patente na Avenida da Liberdade uma exposição e test drive de carros eléctricos bem como uma mostra de bicicletas.
A festa das cores “Friends Holi Color” encerra a Semana Europeia da Mobilidade no dia 22 de Setembro, às 15h00, na frente ribeirinha com uma mega aula de zumba, actuação de dj’s e do cantor Marcus. A entrada é livre e pretende também sensibilizar para a questão do sedentarismo.
O programa da Semana Europeia da Mobilidade conta ainda, todos os dias das 10h00 às 17h00, com o circuito de trânsito “Barcelos em Movimento” e Passeio de Lagarta Eléctrica, na Avenida da Liberdade e na Rua Direita.
Para mais informações consulte aqui.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Dia Mundial do Meio Ambiente


Celebrou-se no dia 5 de junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente, uma data instituída pelas Nações Unidas que visa aumentar a sensibilização e encorajar ações em prol da proteção do meio ambiente.


Desde que foi instituído, em 1974, e até hoje, o Dia Mundial do Meio Ambiente cresceu e transformou-se numa plataforma global de sensibilização e ação para problemas ambientais urgentes – desde a poluição marinha ao aquecimento global, até ao consumo sustentável e aos crimes contra a vida silvestre. Milhões de pessoas têm-se envolvido nos últimos anos, ajudando a implementar mudanças em hábitos de consumo e nas políticas ambientais nacionais e internacionais.

Cada Dia Mundial do Meio Ambiente é organizado ao redor de um tema, que chama a atenção para uma preocupação ambiental urgente. Para o ano de 2019 o mote é «Poluição do Ar».

A poluição do ar está por toda parte. Nove em cada dez pessoas no mundo estão expostas a altos níveis de poluição do ar, que excedem os números considerados seguros pela Organização Mundial da Saúde, e que causam a morte prematura de cerca de sete milhões de pessoas por ano. A poluição do ar origina, ainda, uma série de problemas de saúde e um menor desenvolvimento intelectual.

Cada Dia Mundial do Meio Ambiente tem um país anfitrião diferente – em 2019, é a China – onde as celebrações globais oficiais decorrem. Escolhido pelo país que acolhe as celebrações, o tema convida à reflexão sobre mudanças na vida quotidianas para reduzir a poluição do ar, o que, por sua vez, também pode diminuir as emissões de gases de efeito de estufa e melhorar a saúde das pessoas.
Para saber mais, consulte aqui.

quinta-feira, 7 de março de 2019

Qualidade do ar interior

As pessoas passam cerca de 80% a 90% do seu tempo em ambientes interiores (habitações, escolas, escritórios, unidades de prestação de cuidados de saúde e outros estabelecimentos públicos e comerciais). A qualidade do ar que se respira nos edifícios é um fator importante e fundamental para a saúde e bem-estar (WHO guidelines for indoor air quality: dampness and mould, 2009).


A qualidade do ar interior é, em parte, determinada pela qualidade do ar exterior, devido às permanentes trocas que ocorrem, mesmo quando portas e janelas se encontram fechadas. Um ar exterior de qualidade é, portanto, essencial para que o ar interior esteja limpo, mas existem outras fontes de poluição do ar interior. Alguns produtos como os materiais de construção e os materiais usados em mobiliário e decoração têm vindo a sofrer modificações nas últimas décadas, sendo alguns deles produzidos com recurso a compostos químicos que emitem elevadas quantidades de compostos orgânicos voláteis (COV).

Fontes importantes de poluição do ar interior incluem, para além do ar exterior, o organismo humano, a sobre-ocupação do local de trabalho, deficiências no sistema de ventilação, o fumo de tabaco, a emissão de fibras a partir de materiais de construção (amianto, lã de rocha, lã de vidro), o mobiliário de escritório, a utilização de plásticos e produtos sintéticos (tintas e vernizes), a presença de alcatifas, cortinados, fotocopiadoras, impressoras e computadores. Diversos compostos orgânicos voláteis, tais como o formaldeído, contribuem também para a contaminação do ar interior, podendo ser libertados durante a utilização e armazenamento de produtos de limpeza.

Também, as pessoas e os animais de companhia poluem o ar ao exalarem dióxido de carbono, emitindo odores corporais ou largando pelo. As atividades que as pessoas levam a cabo dentro de edifícios como cozinhar, utilização de produtos de limpeza, fumar ou queimar velas ou incenso contribuem também para a degradação da qualidade do ar interior.
Os animais domésticos, quando vivem no interior das casas, influenciam a qualidade do ar interior e podem provocar algumas doenças como asma e alergias.
Uma fonte bastante importante para a poluição do ar interior é o fumo do tabaco no interior das habitações, que leva por vezes populações mais frágeis, tais como crianças e idosos a tornarem-se fumadores passivos.

Cumulativamente, as condições de temperatura e humidade são importantes para o bem-estar humano: a humidade excessiva pode causar condensação nas superfícies frias, especialmente nas paredes, com a possibilidade de produção de bolores e posteriores efeitos negativos nos utilizadores dos espaços. Em relação à temperatura, para a mesma concentração de poluentes, existem mais queixas ao nível da saúde à medida que a temperatura aumenta.

Outro factor de risco relativo ao ar interior prende-se com uma questão que, por natureza, escapa aos sentidos humanos, a radioactividade. A crosta terrestre contém naturalmente pequenas quantidades de elementos radioactivos. A sua actividade depende das características do solo, podendo ser elevada em regiões graníticas. Nestas regiões, forma-se radão, um gás que, apesar de não apresentar directamente uma ameaça por ser inerte, decai para descendentes radioactivos no estado sólido que podem ser inalados e depositar-se nos pulmões. Como gás emanado do solo, o radão pode facilmente infiltrar-se nos edifícios através de fissuras, podendo acumular-se e atingir níveis de actividade elevada em recintos mal ventilados.

A falta de controlo da radioactividade na origem das matérias-primas dá também azo a que sejam utilizados materiais de construção ricos em isótopos radioactivos. Se isto não apresenta um problema grave para construções de baixo factor de ocupação, pode revelar-se um factor de risco importante nas habitações, pois vai aumentar a exposição dos ocupantes a radiações ionizantes.

Os mais atentos já terão percebido por esta altura que a ventilação e renovação de ar de um local é um dos factores mais importantes para melhorar a qualidade do ar interior do mesmo. No entanto, graças à evolução das tecnologias, este procedimento tem vindo a ser descurado. Algumas habitações possuem divisões interiores (sem janelas), cujo arejamento é dificultado. Actualmente, para melhor aproveitamento da energia despendida em aquecimento/arrefecimento, procura-se que as janelas sejam mantidas devidamente fechadas e calafetadas. Esta medida, por um lado eficaz em termos de poupança de energia, prejudica muito a qualidade do ar interior que assim não é renovado, originando diversos problemas relacionados com condensações.

A ventilação é considerada inadequada quando ocorre uma insuficiente entrada e distribuição de ar do exterior para o interior. No caso de não haver renovação do ar dentro do edifício, irão ocorrer situações de estagnação e contaminação do ar. A falta de manutenção dos filtros e limpeza dos sistemas de ventilação (climatização) poderá favorecer a acumulação de poeiras, que irão provocar a contaminação do ar interior.

A bactéria do género Legionella encontra-se normalmente em lagos, rios ou albufeiras. A partir destes reservatórios poderá colonizar os sistemas artificiais de água, tais como redes prediais e sistemas de climatização que usem água para arrefecimento do ar, principalmente aqueles aos quais estejam associadas torres de arrefecimento. Do ponto de vista da qualidade do ar interior, a problemática da legionella só fará sentido se o ar transportar aerossóis (microgotículas contaminadas com a bactéria). Esta situação só se poderá verificar no caso de existirem torres de arrefecimento posicionadas junto às entradas de ar do sistema de climatização e desde que exista libertação de aerossóis contaminados que entram no sistema, o que é pouco provável.

Para minimizar e quando possível eliminar os problemas associados à má qualidade do ar interior, é necessária a integração de um conjunto de acções/procedimentos que actuem sobre os factores de risco, ou seja, que permitam identificar, reduzir ou remover as fontes de degradação da qualidade do ar interior. Estas acções/procedimentos devem ter um carácter preventivo, sempre que possível. Alguns exemplos deste tipo de acções são:

1. Identificar e controlar as fontes poluentes – Por exemplo, proibir de fumar ou limitar esta actividade, mudar a localização de equipamentos, substituir materiais, seleccionar produtos menos poluentes, modificar atitudes dos ocupantes, reestruturar determinados espaços (por exemplo após ter limpo e desinfectado um espaço que se encontrava contaminado por fungos, controlar a humidade deste espaço, de modo a criar condições desfavoráveis ao seu desenvolvimento);

2. Eliminar, sempre que possível, as fontes de contaminação – Por exemplo o excesso de papel, carpetes, etc.


3. Implementar um Plano de Acção de Qualidade do Ar Interior(QAI):
- Nomear um gestor responsável pela QAI;
- Desenvolver um perfil de QAI para o edifício;
- Realizar um diagnóstico da QAI do edifício;
- Formar os ocupantes do edifício acerca da QAI;
- Desenvolver e implementar um plano de operações e manutenção para o edifício;
- Gerir processos com fontes potenciais significativas (exp. remodelação e renovação, pintura, controlo de pragas, etc);
- Comunicar com os ocupantes acerca da actuação para manter uma boa QAI;
- Estabelecer procedimentos para resposta a queixas da QAI

4. Controlar a exposição dos ocupantes – Programar determinadas actividades para que sejam realizadas em períodos de ausência dos ocupantes; 

5. Efectuar a manutenção dos sistemas de climatização – As condutas devem ser limpas periodicamente. A frequência destas acções deve estar previamente definida, assim como os responsáveis pela sua realização; 

6. Melhorar as condições de ventilação – A ventilação deve ser suficiente, ou seja, deve permitir a diluição de poluentes (por exemplo através do aumento da quantidade total de ar fornecido ou do melhoramento da distribuição de ar que deve ser contínua e não deve provocar correntes de ar incómodas) e deve permitir isolar ou remover contaminantes (por exemplo através da instalação de um sistema de exaustão localizado junto da fonte de poluição, de evitar a recirculação de ar contaminado, de manter as portas fechadas nos casos em que for necessário separar determinadas zonas, etc); 

7. Melhorar a filtração do ar - Os filtros devem ser eficazes para filtrar as partículas que afectam a saúde e devem ser alvo de manutenção adequada. 

8. Melhorar os procedimentos de limpeza – Seleccionar métodos e materiais de limpeza com menores efeitos na saúde e planear estas acções, etc. 

9. Refere-se ainda a importância de cumprir a legislação em vigor, logo na fase de projecto, nomeadamente o Decreto-Lei n.º 118/2013, de 20/08, onde já estão referidos os requisitos necessários para a manutenção da qualidade do ar interior. 

Nota: Elaborado por Paulo Martins, Técnico de Saúde Ambiental, tendo como fontes informações obtidas de: Direcção-Geral da Saúde; Organização Mundial da Saúde; Agência Portuguesa do Ambiente; e Revista Edifícios e Energia.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Ecologia - Poluição Ambiental

As culturas transgénicas significam um aumento sem precedentes da utilização de produtos agrotóxicos (herbicidas e outros pesticidas). É a conclusão expressa no relatório Impacto das colheitas geneticamente modificadas no uso dos pesticidas: os primeiros 13 anos, publicado pelo investigador Charles Benbrook no final de 2009 (www.organic-center.org).

Os agrotóxicos são um importante factor de danos ambientais (para a água, solos, flora e fauna) e para a saúde humana. Muitos são disruptores endócrinos (afectam o equilíbrio hormonal, com incidência na fertilidade), podendo também afectar o sistema nervoso ou até o sistema imunitário. Comprovou-se que os alimentos elaborados a partir de culturas transgénicas contêm até 200 vezes mais resíduos de agrotóxicos. Estes são aplicados, sobretudo, na sementeira. Grande parte do aumento verificado no relatório deve-se às culturas transgénicas tolerantes a herbicidas, principalmente o glifosato, que nestes últimos 13 anos passou a ser o veneno mais utilizado na história da agricultura.

Isto verificou-se porque surgiram ervas invasoras resistentes aos herbicidas. Tal como os antibióticos, podem ter um efeito perverso nas bactérias, a utilização desregrada dos agrotóxicos gera cada vez maior imunidade nos organismos que tenta combater. O glifosato já é tolerado, no mínimo, por 9 infestantes diferentes, dos quais, o pior, em grandes áreas do sul dos EUA, é o amaranto resistente a agrotóxicos.

Para enfrentar a resistência das infestantes, os agricultores empregam doses cada vez maiores de glifosato e até de outros tóxicos que tinham sido postos de parte pelo perigo que acarretavam, proibidos em alguns países, como a atrazina, o paraquat e o 2,4 – D. Este último é um dos componentes do Agente Laranja, uma arma química usada pelos EUA na guerra do Vietname, desenvolvida pela multinacional Monsanto, que é também a maior empresa de transgénicos agrícolas do mundo.

O glifosato começou por ser descrito como inócuo. Nunca o foi. A Monsanto foi multada por publicidade enganosa, ao dizer que era menos tóxico do que os outros herbicidas.

Devido à generalização das culturas transgénicas, a concentração do glifosato aumentou exponencialmente. O impacto efectivo chega a superar o de herbicidas classificados como mais perigosos. Acresce que, perante a constatação da perda de eficácia no terreno, os fabricantes aumentam o teor do princípio activo nas fórmulas e juntam outras substâncias para reforçar a acção do glifosato, com maiores impactos ambientais negativos.

As empresas enfrentam o problema da resistência das plantas daninhas com mais do mesmo: criando novos transgénicos que confiram resistência a aplicações simultâneas de vários agrotóxicos, incorporando várias estirpes da toxina Bt para tornar as novas plantas insecticidas. O agrupamento de genes é muito lucrativo para as empresas, mas multiplica os riscos de contaminação do ambiente e contaminação genética de outras culturas. Sem falar dos riscos do consumo dos alimentos, tanto pela presença de novos elementos como pelas sinergias que se possam gerar entre eles. Um dos piores exemplos deste tipo é o milho SmartStax da Monsanto, com 8 características transgénicas agrupadas!

Há cada vez mais estudos científicos que derrubam os mitos acerca dos transgénicos que as multinacionais nos querem impingir sem escrúpulos, revelando que os transgénicos precisam de mais venenos para crescer e contaminam muito mais o ambiente do que os demais, acarretando riscos graves para a saúde.

Há que pôr termo, em definitivo, a estas experiências descontroladas em grande escala que nos envenenam e destroem.

Nota: Elaborado por António Afonseca, Técnico de Saúde Ambiental da Unidade de Saúde Pública Barcelos/Esposende e publicado no "Jornal de Barcelos", edição de 09/06/2010