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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Manter os brincadores em segurança

“Quando for grande, não quero ser médico, engenheiro ou professor. Não quero trabalhar de manhã à noite, seja no que for. Quero brincar de manhã à noite, seja com o que for. Quando for grande, quero ser um brincador.” Álvaro Magalhães em “O brincador”.


Já dei por mim a pensar que a velocidade de aproximação do Natal é inversamente proporcional à nossa idade, ou seja, quanto mais novos somos, mais tempo demora o Natal a chegar e quanto mais velho somos, mais rapidamente este se aproxima. Para a maioria das pessoas, o Natal é sinónimo de festa em família. E, deixem-me acrescentar, que bom que é. As minhas melhores memórias desta época não são sobre o Natal em que recebi este ou aquele presente. Lembro-me, sim, dos jantares e das festas em família, com pais, irmãos, primos, tios, tudo à mistura entre gargalhadas, bacalhau, batatas, rabanadas, bolo de Santo António e tudo aquilo a que se tem direito.

Mas o Natal com crianças tem outro brilho. Para todos, crianças e adultos. Nestes dias festivos, de azáfama e apoquentação (ainda por cima com a crise que para aí vai no açúcar), em que a cozinha está no auge da sua actividade, é preciso estar mais atento. Panelas no fogão a transbordar, frutos secos espalhados, a porta do forno quente, facas espalhadas, a bacia do bacalhau de molho, o ferro de queimar o leite-creme esquecido, etc. As crianças são muito curiosas e não têm noção do perigo. Tudo é para explorar. Por isso, e porque o Natal é para ser vivido por todos, é preciso acautelar o meio envolvente, de forma a ser o mais seguro possível para os pequenos marotos lá de casa:

• Guardar todos os objectos perigosos (facas, tesouras, varinhas mágicas) após a sua utilização, e não deixá-los ao alcance das crianças.

• Ter o cuidado de não deixar elementos perigosos pelo chão, como cascas de nozes, plásticos, papel de prata de chocolates, etc.

• Fechar janelas. Confirmar a seguranças das varandas e ter em atenção a protecção de escadas.

• Proteger o fogão da sala com uma grelha e, se possível, proteger aquecedores.

• Não deixar bacias com água pelo chão. Para uma criança com menos de 2 anos bastam alguns centímetros de água para se afogar em poucos segundos, uma vez que, nesta idade, não têm o reflexo nem força para se levantar.

• Guardar medicamentos e produtos tóxicos fora do alcance das crianças.

• Deixar fora do alcance das crianças objectos com que se possam sufocar, nomeadamente frutos secos. E especial cuidado também com os bolos que incluem estes ingredientes.

• Na hora de comprar brinquedos, verifique se são seguros e adequados à idade, e se não se decompõe em pequenas peças que podem ser aspiradas pelos mais pequenos.

• Ofereçam um ambiente isento de fumo de tabaco: não fumem dentro de casa.

• Por fim, importa ainda recordar: se beber álcool, não conduza. Não são precisas grandes quantidades de álcool para diminuir a capacidade de condução. Mesmo que more perto, e se não poder ir a pé, fique a dormir em casa do familiar. Vai ver que em pouco tempo se arranja solução.

Para dúvidas, sugestões ou comentários, não hesite em utilizar o endereço de correio electrónico usp@csbarcelinhos.min-saude.pt.

Nota: Elaborado por Paulo Martins, Técnico de Saúde Ambiental da Unidade de Saúde Pública Barcelos/Esposende

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