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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Dia Mundial do Coração

O coração é um músculo que funciona como um motor. O lado direito envia sangue aos pulmões para captar oxigénio e eliminar monóxido de carbono e outras substâncias residuais e o esquerdo envia sangue rico em oxigénio e nutrientes a todos os órgãos, músculos e tecidos, na quantidade necessária ao desempenho das nossas actividades.

O que podemos fazer para manter o coração saudável?

    Ingerir uma dieta rica em frutos e vegetais e pobre em gorduras saturadas (carne vermelha, manteiga e queijo), dividida pelo menos em 5 refeições diárias. Evitar o consumo de alimentos fritos ou ricos em “açúcar” e preferir a água ou sumos naturais aos refrigerantes. Embora existam estudos que atribuem benefícios ao consumo moderado de álcool, os adultos não devem consumir mais de 1 ou 2 copos de vinho por refeição;
    Fazer exercício físico durante cerca de 30 minutos, 3 vezes/semana. Para se obter resultados benéficos da prática regular de exercício físico deveremos queimar de 700 a 2000 calorias/semana em actividade aeróbica moderada. Andar de forma acelerada (cerca de 6 km/hora) queima aproximadamente 80 calorias/ Km. Assim, para queimar 700 calorias numa semana precisamos de andar cerca de 9 km, ou seja caminhar durante uma hora e 30 minutos. O exercício moderado, como os passeios a pé, são mais seguros para a maioria das pessoas, uma vez que os exercícios mais violentos como a corrida, têm um maior risco de contracção de lesões musculares e aumentam o stress cardiovascular, sobretudo em indivíduos a partir da meia-idade, pessoas sedentárias ou que sofram de doenças cardiovasculares. Use o passeio, sempre que possível, caminhe de frente para o tráfego (do lado esquerdo da estrada), use roupa de cores vivas (com reflectores se andar de noite), faça exercícios de relaxamento e alongamento durante alguns minutos antes e depois de fazer a sua caminhada, varie o terreno (plano e em declive), não utilize auscultadores de música, o que o pode impedir de ouvir o tráfego, olhe à sua volta (carros, bicicletas, animais, etc.). Atenção à dificuldade em respirar e ao batimento cardíaco excessivo. Se não faz exercício físico ou não o pratica há muito tempo ou tem doenças já estabelecidas como o colesterol alto, hipertensão arterial ou diabetes, consulte o seu médico;
    Não fumar. O fumo do tabaco também contribui para a obstrução dos vasos sanguíneos, aumentando o risco de ocorrer um AVC ou um Enfarte do Miocárdio. O fumador passivo também corre os mesmos riscos, embora em menor grau. Depois de deixar de fumar os riscos cardiovasculares diminuem para cerca de 50% 6 meses após o abandono do vício e para um valor próximo de zero 5 anos após deixar de fumar.
    Tudo o que é bom para a saúde mental interfere directamente na saúde do coração. Aprender a viver com menos ansiedade, tristeza ou mau humor pode evitar e adiar o aparecimento de doenças e, quando elas já estão instaladas, facilitar o seu controlo.

Para dúvidas, sugestões ou comentários, não hesite em utilizar o endereço de correio electrónico usp@csbarcelinhos.min-saude.pt.


Nota: Elaborado por Emídio Morais, Médico de Saúde Pública da Unidade de Saúde Pública de Barcelos/Esposende

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Aquela máquina

O coração humano, como o dos demais mamíferos, apresenta quatro cavidades: duas superiores, denominadas aurículas e duas inferiores, denominadas ventrículos. A aurícula direita comunica-se com o ventrículo direito através da válvula tricúspide. A aurícula esquerda, por sua vez, comunica-se com o ventrículo esquerdo através da válvula bicúspide ou mitral. A função das válvulas cardíacas é garantir que o sangue siga uma única direcção, sempre das aurículas para os ventrículos.

Controlo Nervoso do Coração

Embora o coração possua seus próprios sistemas intrínsecos de controlo e possa continuar a operar, sem quaisquer influências nervosas, a eficácia da acção cardíaca pode ser muito modificada pelos impulsos reguladores do sistema nervoso central. O sistema nervoso liga-se com o coração através de dois grupos diferentes de nervos, os sistemas parassimpático e simpático. A estimulação dos nervos parassimpáticos causa os seguintes efeitos sobre o coração: (1) diminuição da frequência dos batimentos cardíacos; (2) diminuição da força de contracção do músculo na região auricular; (3) diminuição na velocidade de condução dos impulsos através do nódulo AV (auriculo-ventricular), aumentando o período de repouso entre a contracção auricular e a ventricular; e (4) diminuição do fluxo sanguíneo através dos vasos coronários que mantêm a nutrição do próprio músculo cardíaco.

Todos esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se que a estimulação parassimpática diminui todas as actividades do coração. Usualmente, a função cardíaca é reduzida pelo parassimpático durante o período de repouso, juntamente com o restante do corpo. Isso talvez ajude a preservar os recursos do coração; pois, durante os períodos de repouso, indubitavelmente há um menor desgaste do órgão.

A estimulação dos nervos simpáticos apresenta efeitos exactamente opostos sobre o coração: (1) aumento da frequência cardíaca, (2) aumento da força de contracção, e (3) aumento do fluxo sanguíneo através dos vasos coronários visando a suprir o aumento da nutrição do músculo cardíaco. Esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se que a estimulação simpática aumenta a actividade cardíaca como bomba, algumas vezes aumentando a capacidade de bombear sangue em até 100 por cento. Esse efeito é necessário quando um indivíduo é submetido a situações de stress, tais como exercício, doença, calor excessivo, ou outras condições que exigem um rápido fluxo sanguíneo através do sistema circulatório. Por conseguinte, os efeitos simpáticos sobre o coração constituem o mecanismo de auxílio utilizado numa emergência, tornando mais forte o batimento cardíaco quando necessário.

Factores que aumentam a frequência cardíaca:

o Queda da pressão arterial

o Inspiração

o Excitação

o Raiva

o Dor

o Hipoxia (redução da disponibilidade de oxigénio para as células do organismo)

o Exercício

o Adrenalina

o Febre

Factores que diminuem a frequência cardíaca:

o Aumento da pressão arterial

o Expiração

o Tristeza

Nota: Elaborado por Aristides Sousa, Médico de Saúde Pública e Coordenador da Unidade de Saúde Pública de Barcelos/Esposende e publicado na edição de 06/05/2010 do Jornal de Barcelos.