Dia 30 de Outubro assinala-se o dia de luta contra o cancro da mama.
O cancro da mama é um tumor maligno que se desenvolve nas células do tecido mamário. A apresentação mais frequente consiste no aparecimento de uma massa dura e irregular, que quando palpada se diferencia do resto da mama pela sua consistência. O diagnóstico precoce, ou seja quando o tumor ainda está numa fase inicial, aumenta as hipóteses de cura, pode prevenir a disseminação do tumor (metástases) e tem melhor prognóstico e reabilitação.
Não existe uma causa específica para o cancro da mama mas são conhecidos vários factores considerados de risco: sexo feminino, mais de 60 anos de idade, história familiar de cancro da mama (familiares de 1º grau: mãe, tia, irmã), antecedentes pessoais de cancro (quem já teve cancro numa mama tem mais probabilidades de ter na outra), 1ª gravidez depois dos 30 anos ou nenhuma gravidez levada a termo, historia menstrual longa (inicio da menstruação antes dos 12 anos e menopausa depois dos 55 anos), terapêutica hormonal de substituição por mais de 5 anos, radioterapia ao tórax, obesidade, tabagismo, sedentarismo e consumo aumentado de bebidas alcoólicas.
Os sintomas e sinais mais comuns são o aparecimento de um nódulo ou endurecimento da mama ou debaixo do braço (axila); alteração no tamanho ou no formato da mama; alteração da coloração (com aspecto casca de laranja) ou na sensibilidade da pele ou da auréola.
O diagnóstico precoce pode ser feito através do auto-exame da mama e de exames complementares de diagnóstico como a ecografia e a mamografia. A mamografia é o exame preconizado de rastreio entre os 50 e os 69 anos de idade, efectuado de 2 em 2 anos. O auto-exame ou o exame clínico (feito numa consulta de planeamento familiar ou de rastreio oncológico, uma vez por ano, com papanicolau e palpação mamária pelo médico) é geralmente o suficiente nas mulheres sem sintomas ou factores de risco. O auto-exame faz-se na semana a seguir à menstruação, com a palpação das duas mamas e das axilas frente a um espelho. Deve-se procurar os sinais e sintomas acima descritos. As mulheres acima dos 70 anos de idade devem ser aconselhadas pelo médico assistente.
O tratamento vai depender do estádio e do tipo de tumor e entre as várias opções temos: a cirurgia, a quimioterapia, a radioterapia, a hormonoterapia, a cirurgia reconstrutiva e a medicina de reabilitação.
O cancro da mama representa: 23% dos casos totais de cancro nas mulheres; 99% dos cancros ocorrem em mulheres e 1% nos homens; 1 em cada 10 mulheres irá desenvolver em algum momento da sua vida um cancro da mama; 4500 novos casos detectados e 1500 mortes por ano em Portugal.
É a 1ª causa de morte nas mulheres entre os 35 e 55 anos e é a 2ª causa de morte nas restantes idades: 90% Dos casos são curáveis se detectados precocemente.
Pense nisto: hoje 12 mulheres foram diagnosticadas com cancro da mama e 4 morreram.
“Ignorar o cancro da mama é ignorar aqueles de quem mais gosta”. O diagnóstico precoce pode salvar vidas. Consulte o seu médico assistente e adira aos rastreios.
Nota: Elaborado por Sónia Lima, médica interna do 1º ano da Especialidade em Saúde Pública da Unidade de Saúde Pública de Barcelos/Esposende e publicada no Jornal de Barcelos, edição de 27/10/2010
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