“O consumo de tabaco é, hoje, a principal causa evitável de doença e de morte. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) morrem anualmente em todo o mundo cerca de 5 milhões de pessoas, em resultado desse consumo. Se nada for feito, morrerão em 2030, a nível mundial, cerca de 10 milhões de pessoas.”
Que fumar faz mal à saúde, já não é novidade para ninguém. Aliás, segundo a Sociedade Americana de Cancro, o número de pessoas que morre por ano devido a doenças relacionadas com o fumo é superior à soma das que morrem por sida, álcool, acidentes de viação, incêndios, drogas, assassínios ou suicídios. São diversas as doenças relacionadas com o tabagismo: cancro na boca (o tabaco é responsável por 93% dos casos) e na faringe; cancro no pâncreas; cancro no esófago (o tabaco é responsável por 80% dos casos) e estômago; cancro no colo do útero; cancro no pulmão (o tabaco é responsável por 87% dos casos); infertilidade e impotência; aborto; menopausa precoce; osteoporose; bronquite/enfisema (o tabaco é responsável por 82% dos casos); aumento de rugas e pele seca. O tabaco também afecta os que não fumam, mas que são obrigados a conviver com fumadores. Em cada ano o tabagismo passivo é responsável por: 37.000 mortes por doença cardíaca em adultos; 3.000 mortes por cancro do pulmão em adultos; 13.000 mortes por outros cancros em adultos; 300.000 casos de infecções respiratórias, como pneumonias e bronquites, em crianças.
Um cigarro contém mais de 4.000 compostos, como por exemplo o monóxido de carbono (impede a oxigenação do nosso organismo), substâncias cancerígenas (benzopireno, nitrosaminas ou dioxinas, por exemplo), polónio (matéria radioactiva), cádmio (metal pesado) e nicotina (aditivo acrescentado ao cigarro, que causa dependência física e psicológica, responsável pelo desenvolvimento de cancros no pulmão).
O fumo passivo, afecta principalmente as crianças. Nas crianças expostas ao fumo regista-se um aumento do número de casos de doenças respiratórias e pulmonares, podendo desenvolver e/ou agravar casos de asma. Também as mulheres não fumadoras que vivem com fumadores correm risco, nomeadamente, 1,2 a 2 vezes o risco de desenvolver cancro do pulmão em comparação com mulheres de não fumadores, aumento de 20 a 50% do risco de doença cardíaca, aumento de problemas respiratórios e diminuição da capacidade respiratória.
Neste mundo que vivemos, já sobrecarregado de factores de agressão para a saúde porque não eliminar e evitar algum? Se deixar de fumar agora, passados:
- 8 horas - os níveis de monóxido de carbono no seu organismo baixam e os níveis de oxigénio no sangue aumentam;
- 24 horas – diminuição do risco de enfarte;
- 1 a 9 meses – diminuição da tosse pela manhã, melhoria do paladar e do olfacto, melhoria do tom e do aspecto da pele e desaparecimento do cheiro a tabaco no hálito e na roupa; Sentir-se-á com mais energia e melhor bem-estar geral;
- 10 anos – diminuição do risco de cancro no pulmão;
- 15 anos – risco de doença cardíaca igual ao de um não fumador.
Não fumar dentro de casa, ou no carro, diminui o risco de os seus filhos virem a sofrer de doenças respiratórias ou do ouvido.
Deixar de fumar não é fácil! Uma pequena porção de fumadores é capaz de manter níveis baixos de consumo e deixar de fumar com facilidade. No entanto, a grande maioria experimenta sérias dificuldades em abandonar este hábito. Para o ajudar a deixar de fumar, funciona no Centro de Saúde de Barcelos uma consulta de cessação tabágica. Se quer deixar de fumar, basta telefonar para o Centro de Saúde de Barcelos (253 808 300), e poderá contar com a ajuda de profissionais qualificados.
Para dúvidas, sugestões ou comentários, não hesite em utilizar o endereço de correio electrónico usp@csbarcelinhos.min-saude.pt.
Nota: Elaborado por Paulo Martins, Técnico de Saúde Ambiental da Unidade de Saúde Pública Barcelos/Esposende e publicado no Jornal de Barcelos de 20/10/2010.
Sem comentários:
Enviar um comentário