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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Unidos contra a fome

Uma em cada sete pessoas padece de fome. Este é um dos dados estatísticos recentes e preocupantes no ano em que o tema do Dia Mundial da Alimentação é “O Direito à Alimentação e a Luta Contra a Fome”. Vale a pena pensar como é que cada um de nós pode fazer a diferença para alterar dados como estes. Mudar dados mundiais pode parecer uma utopia, mas se começarmos pela realidade mais próxima pode-se tornar uma realidade.

No nosso país, que no momento atravessa uma crise económica, em que ir as compras se torna cada vez mais uma tarefa difícil, 62% da população tem dificuldades em viver com o rendimento mensal. É necessário efectuar as escolhas certas e saber gerir os gastos de forma a adequar a realidade financeira a uma alimentação saudável.

Na base de uma alimentação saudável está uma alimentação diversificada nas proporções correctas. Existe uma ideia errada ao associar alimentação saudável a uma despesa onerosa. É possível diminuir os gastos na alimentação. Leve o lanche para o trabalho ou escola (é mais barato e pode fazer escolhas mais saudáveis), opte pelas marcas brancas quando vai às compras, compre fruta e legumes da época (são mais nutritivos e ecológicos), uma vez por semana faça uma refeição de ovos (escalfados, mexidos sem gordura…) tem um elevado valor proteico e são económicos. Consuma apenas os alimentos de que precisa, de acordo com as recomendações da roda dos alimentos, de forma a manter um peso saudável.

Sabe-se que existe no Mundo alimentos suficientes para satisfazer as necessidades básicas da população mundial, simplesmente não estão bem distribuídos e por isso consta-se que:

  • Há 800 milhões de pessoas desnutridas no mundo;
  • Em cada dia 11 mil crianças morrem de fome;
  • Um terço das crianças dos países em desenvolvimento apresenta atraso no crescimento físico e intelectual, um número chocante que contrasta com os 45 milhões de crianças com excesso de peso segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Deste ponto de vista a luta contra a fome parece ser um problema sem solução. Com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia, meios de comunicação e transporte, a troca comercial diversificada é já uma realidade no mundo, no entanto ainda não se faz chegar aos que mais necessitam (países em via de desenvolvimento) os bens mais essenciais. Uma medida de combate contra a fome não tem que ser necessariamente uma ajuda em géneros, por vezes a partilha de conhecimento pode ser uma arma útil. Com um pequeno gesto/partilha podemos mudar um pouco o mundo. Temos que investir na educação e formação (principalmente nos países em via de desenvolvimento), não é suficiente dar os bens materiais….A falta de informação gera pobreza e a informação gera riqueza!

Para dúvidas, sugestões ou comentários, não hesite em utilizar o endereço de correio electrónico usp@csbarcelinhos.min-saude.pt.

Nota: Elaborado por Liliana Gonçalves, Nutricionista da Unidade de Saúde Pública Barcelos/Esposende

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