Uma toxinfecção alimentar é uma doença de natureza infecciosa ou tóxica, com origem (ou com suspeita de ter sido causada) pelo consumo de géneros alimentícios ou de água. As toxinfecções alimentares continuam a constituir um problema importante de Saúde Pública, mesmo nos países desenvolvidos.
Acontecem ao longo do ano mas no Verão os casos tornam-se mais frequentes.
Quase metade verificam-se no domicílio e os principais alimentos susceptíveis de serem “atacados” por microrganismos são: a maionese, os ovos, os mariscos, a carne e seus derivados, leite e os produtos lácteos, frutas e vegetais, assim como os pratos preparados e molhos à base de ovo cru. Os menos susceptíveis são os alimentos ácidos, os curados, os que contêm taxas elevadas de sal, os alimentos muito gordos (azeite), muito doces (marmelada) e os secos (massas e semelhantes).
As bactérias são os microrganismos frequentemente implicados nas intoxicações alimentares.
As vias de contaminação são diversas, por exemplo: pela água, de um alimento cru para um cozinhado, tossir e espirrar sobre os alimentos, mãos contaminadas, utensílios e superfícies e incorrecto armazenamento dos alimentos. As bactérias proliferam sobre os alimentos e também sobre os restos de comida, sangue e outras substancias que podem ter ficado à superfície de utensílios mal lavados.
Os microrganismos sujeitos a temperaturas acima dos 70ºC durante vários minutos (temperatura de cocção) morrem e abaixo dos 5ºC (temperatura de refrigeração), deixam de se multiplicar, mas não morrem.
Como se manifesta uma toxinfecção alimentar? Dependendo do microrganismo implicado o quadro clínico pode surgir em apenas algumas horas após a ingestão com náuseas, vómitos e diarreia e ocasionalmente uma subida ligeira da temperatura corporal. Geralmente é auto-limitado e resolve em 48h com uma dieta ligeira e hidratação abundante (não devem ser tomados antidiarreicos ou antibióticos sem prescrição médica). Contactar o médico se os sintomas persistirem mais de 48h, se a temperatura corporal atingir os 38ºC e sempre que 2 ou mais pessoas se encontrarem doentes para identificação do surto.
Para prevenir as toxinfecções alimentares é necessário: uma higiene estrita na manipulação dos alimentos; usar leite pasteurizado; não beber/utilizar água de fontes não controladas; descongelar os alimentos no frigorífico ou no micro-ondas e não voltar a congelar; lavar as verduras e hortaliças que vão ser consumidas cruas pondo-as de molho em água com algumas gotas de lixívia (hipoclorito de sódio); evitar o contacto entre alimentos crus e cozinhados; cozinhar integralmente a carne, peixe e ovos.
Nas compras verificar o prazo de validade, a integridade das embalagens e adquirir os produtos refrigerados e congelados no final (preservar a cadeia do frio).
Nos restaurantes tenha atenção ao nível de higiene dos pratos e talheres, alimentos crus (saladas e frutas) e prefira alimentos cozinhados que sejam servidos quentes.
Nota: Artigo elaborado por Sónia Lima, interna do 1º ano da Especialidade em Saúde Pública da Unidade de Saúde Pública de Barcelos/Esposende
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