Persistem dúvidas quanto à segurança para os seres humanos do uso do bisfenol-A, usado particularmente no fabrico de plásticos.
O bisfenol-A é um componente que entra no fabrico de plásticos de policarbonato e na camada de protecção de latas para acondicionar alimentos e bebidas, bem como em tubagens de canalizações de água. A sua função é a de conferir dureza e resistência. Entre os objectos mais comuns contam-se: caixas para guardar e aquecer comida, biberões, chuchas e tetinas, pratos, travessas e garrafas.
O calor, duração do contacto e a gordura contribuem para maior migração para os alimentos do bisfenol-A contido no plástico em que os guardamos.
A fertilidade e a reprodução são os principais domínios de interferência do bisfenol-A, que se faz passar pelo estrogéneo feminino.
A agência Europeia de Segurança Alimentar está preocupada com a presença da referida substância nos biberões e do risco para a saúde dos bebés.
Está provado que o bisfenol-A entra na categoria dos disruptores endócrinos – substâncias que desregulam as funções hormonais. Contudo, presentemente apenas existem provas em relação aos pequenos seres vivos. Pequenos invertebrados e peixes ficam com funções hormonais desreguladas quando expostos à substância. Isso está já provado como efeito dos disruptores endócrinos em que se inclui o bisfenol-A e de cujo grupo fazem parte substâncias utilizadas na agricultura. Experiências com ratos de laboratório indicam, por exemplo, diminuição do tamanho da próstata. Contudo, ainda está por provar o dano inequívoco para a saúde humana.
Ainda assim, este componente de plásticos já foi objecto de restrições ao uso, nomeadamente no Canadá e em alguns estados norte-americanos.
Na Europa, tem estado sobretudo em causa a determinação da dose diária admissível de bisfenol-A, fixando-se actualmente em 0.05 mg por kg de peso e por dia para os bebés e crianças.
Neste capítulo, várias marcas comerciais conhecidas, já têm linhas de biberões e de chuchas para bebés isentas de bisfenol-A.
Infelizmente, o bisfenol-A não constitui o único perigo para a saúde humana, o maior risco é o efeito cumulativo e a interacção dos cocktails de químicos, já que a área das misturas está a sofrer grande incremento industrial.
A passagem do bisfenol-A para o solo e para as águas ocorre sobretudo através de esgotos não tratados, dado que a substância é excretada pela urina humana.
O processo de lixiviação de aterros sanitários mal confinados e onde tenham sido depositadas embalagens contendo este componente, contribui para contaminação dos solos.
Para dúvidas, sugestões ou comentários, não hesite em utilizar o endereço de correio electrónico usp@csbarcelinhos.min-saude.pt.
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