O “Dia Internacional da Mulher”comemora-se mundialmente a 8 de Março
desde 1975. Esta comemoração nasceu com uma greve feita pelas operárias têxteis
de uma fábrica em 1857 em Nova Iorque. Estas pretendiam a redução das 16 horas
de trabalho diário para 10 horas e igualdade de salário ao dos homens, que para
o mesmo trabalho, era três vezes superior. Esta greve foi reprimida com muita
violência, de tal modo que fecharam a fábrica e houve um incêndio, que originou
a morte de cerca de 130 mulheres. Para homenagear estas mulheres, ficou
decidido, numa conferência Internacional de Mulheres, realizada na Dinamarca em
1910,comemorar este dia como o Dia Internacional da Mulher, o qual só ficou
oficializado em 1975 através de um decreto-lei emitido pela ONU. Este dia
pretende chamar a atenção para o papel da Mulher na sociedade. Apesar de já se
terem conseguido algumas mudanças, ainda há um longo caminho a percorrer,
principalmente nos países em desenvolvimento, de modo a garantir a igualdade de
direitos e de oportunidades. E vejam só que nós mulheres, em Portugal somos em
maior número, 100 mulheres para cada 9,3 homens, dados de 2011 do INE. Que
seria se fossemos minoria?
Segundo Edit Bauer "A discriminação direta e indirecta, bem como factores
sociais e económicos, tais como a segregação ocupacional e sectorial no mercado
de trabalho, a desvalorização do trabalho das mulheres, a desigualdade no
equilíbrio entre trabalho e vida privada, bem como tradições e estereótipos,
nomeadamente na escolha de percursos educativos e padrões de emprego são, de
acordo com análises de peritos, responsáveis por cerca de metade da diferença”.
Os últimos dados disponíveis,
indicam em média, que as mulheres europeias recebem menos cerca de 17% do
salário do que os homens. Mas nem só o
salário interessa! O acesso ao mercado
laboral também continua a ser limitado, de categoria inferior, mais vulnerável
e com pior acesso à protecção social. As mulheres, ainda que plenamente
integradas no mercado de trabalho e ocupando lugares de topo, sofrem enormes
pressões. As que são mães, não podem dedicar-se integralmente a essa condição,
precisamente pelas limitações que o trabalho e as responsabilidades
profissionais lhes impõem. As que não são mães, vêm muitas vezes os seus
projectos de maternidade adiados devido ao peso que o trabalho ocupa nas suas
vidas, e à possibilidade de serem despedidas ou substituídas quando
engravidarem. Também nos cargos de tomada de decisões, de negociações de paz e
de desarmamento estas estão em minoria.
Por todas estas realidades, continua a ser necessário lutar por mais
direitos.
Nota: Elaborado por Luísa Dantas, Enfermeira de Saúde Comunitária, Unidade de Saúde Pública de Barcelos/Esposende. Fotografia de Dario Silva.
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