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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Telemóveis e antenas de telemóveis – Perigo ??

Não existe neste momento ninguém que não sofra a influência dos campos eletromagnéticos…eles estão aí, dentro e fora da habitação de cada um – são omnipresentes.” Esta frase foi retirada do Relatório do Grupo Interministerial elaborado em 2007 sobre a exposição da população aos campos eletromagnéticos.

Campos eletromagnéticos são uma espécie de linhas de energia invisíveis formadas a partir de forças elétricas e magnéticas, também chamadas de campos elétricos e campos magnéticos, ou, campos eletromagnéticos, quando atuam em conjunto. Estes campos eletromagnéticos podem formar radiação eletromagnética, que não é mais do que a propagação da energia formada por um determinado espaço. Por exemplo, quando um telemóvel toca, se o aparelho estiver junto de um rádio, ouve-se a interferência da radiação que se propaga do campo eletromagnético gerado pela receção da chamada no telemóvel.

A radiação eletromagnética está presente no Planeta Terra desde os primórdios dos tempos, através da luz do Sol. Mas, com a evolução humana, fomos acrescentando mais fontes de radiação eletromagnética, sendo que, hoje em dia, a exposição das pessoas aos campos eletromagnéticos ocorre todos os dias e de forma muito variada. São geradores de campos eletromagnéticos, por exemplo, os micro-ondas, os aparelhos de rádio, as televisões, os alarmes de segurança, os radares, os aparelhos de raios-x, as linhas elétricas, os computadores e, é claro, os telemóveis e as antenas de telemóvel.

Sabendo que o nosso organismo trabalha a partir de correntes elétricas que são geradas pelo nosso corpo, podemos partir do princípio que estas correntes podem ser influenciadas por campos eletromagnéticos externos, sejam estes naturais ou artificiais. A gama de frequências em que os telemóveis funcionam está inserida nas radiações não ionizantes, isto é, não tem capacidade de produzir iões, direta ou indiretamente, ao contrário das gamas de frequência ionizantes (produzidas por exemplo pelos aparelhos de raios-x), que provocam alterações nas células e podem levar a graves lesões no organismo.

Face aos resultados dos estudos efetuados até hoje, podemos afirmar que o principal risco para a saúde associado ao uso de telemóvel é o risco de acidente pela sua utilização durante a condução automóvel. Esse risco é igual quando se utiliza um telemóvel ao ouvido ou quando se utilize um telemóvel ligado a um sistema de “mãos livres”, uma vez que o perigo provém mais da distração ligada à conversação do que da habilidade em conduzir o veículo ou de um efeito do campo eletromagnético sobre o cérebro.

Como precaução, podem, no entanto, ser tomadas algumas medidas de precaução aquando do uso de telemóvel, nomeadamente:

·         Recomenda-se que as pessoas com implantes eletrónicos (pacemakers, bombas de insulina, neuroestimuladores, entre outros) transportem o seu telemóvel afastado, pelo menos, 15 cm do seu implante e o utilizem na orelha do lado oposto quando efetuam uma chamada.

·         É desaconselhável a utilização de telemóveis nas unidades de saúde, em áreas onde existem equipamentos médicos sujeitos a sofrerem interferências eletromagnéticas.

·         Para reduzir a exposição recomenda-se a utilização de um sistema “kit mãos livres” ou a redução da duração das chamadas. Este aspeto é ainda mais importante no caso das crianças, uma vez que a caixa craniana é mais fina e a cabeça é mais pequena e, desta forma, a absorção de radiação poderá ser superior.

Nota: Elaborado por Paulo Martins, Técnico de Saúde Ambiental da Unidade de Saúde Pública de Barcelos/Esposende. Fotografia de Dario Silva.

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