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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O que é o Radon

O Radon é um gás que surge da decomposição do urânio que é um dos elementos mais abundantes na crosta terrestre. Ao libertar-se de subsolos e dos materiais de construção ricos em urânio, pode facilmente infiltra-se nas habitações através de fissuras e acumular-se no seu interior e atingir níveis elevados de concentração, principalmente, em espaços com pouca ou nenhuma ventilação. As partículas que o constituem são altamente ionizantes e têm pouco poder de penetração, isto é, elas não conseguem atravessar a pele do nosso corpo, por isso chegam aos pulmões por inalação. Depois de alojadas, depositam aí toda a sua energia podendo ocasionar lesões ou doenças de gravidade diversa, de acordo com a quantidade de rádon inalado. Este gás não é detectado pelos nossos sentidos por ser incolor, inodoro e insípido. A sua identificação só é possível se utilizarmos equipamentos apropriados.

O Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios Portugal, que foi publicado no Decreto-Lei n.º 79/2006, de 4 de Abril, estabelece que o valor limite para a concentração média anual de Radon em novas habitações é de 400 Bq./m3, sendo a sua pesquisa obrigatória em edifícios construídos em zonas graníticas, nomeadamente Porto, Braga, Vila Real, Guarda, Viseu e Castelo Branco. Portanto, o cumprimento deste diploma legal implica que:

  • os projectos de arquitectura contemplem soluções que obstem à infiltração e à acumulação de Radon no interior das habitações, nomeadamente, a impermeabilização do solo com telas apropriadas e/ou à construção de almofadas de ar sob o edifício para permitir o varrimento das concentrações elevadas de Radon para o exterior, antes que ele penetre nas mesmas;

  • nas habitações existentes e construídas nas zonas graníticas referidas neste diploma deve efectuar-se a pesquisa de Radon no seu interior. Neste caso, aconselha-se também a ventilação diárias dos compartimentos, com abertura de janelas em fachadas oposta, para garantir uma boa ventilação transversal destes espaços como forma de diminuir a concentração deste gás. Não esquecer que o Radon é mais pesado do que o ar, por isso, aconselha-se também a abertura das portas nos períodos de ventilação.

A Organização Mundial da Saúde confirma a importância do papel desempenhado pela qualidade do ar interior como determinante para a saúde pública. Por isso, é imperativo reflectirmos sobre esta temática, uma vez que grande parte da nossa vida é passada em espaços interiores, dos quais desconhecemos a qualidade do ar que respiramos e não sabemos quais as implicações futuras na saúde. Crie o hábito de ventilar diariamente os espaços interiores que habita. Se o fizer estará certamente a contribuir para a sua saúde e bem-estar.

Nota: Elaborado por Amâncio Ferreira, Técnico de Saúde Ambiental da Unidade de Saúde Pública de Barcelos /Esposende. Fotografia de Dario Silva.

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