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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Dia mundial da saúde mental 2011

Este artigo pretende alertar a população em geral para a problemática da saúde mental e por esse motivo transcrevo nesta coluna a mensagem do Director Regional para a África, Dr. Luís Gomes Sambo, por ocasião do dia Mundial da Saúde Mental 2011, por me parecer adequada no Continente Africano.

“Todos os anos, a 10 de Outubro, comemora-se o Dia Mundial da Saúde Mental. O tema deste ano é Investir na Saúde Mental.

As informações disponíveis sugerem que cerca de 450 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de uma perturbação mental ou do comportamento. Os estudos realizados até ao momento indicam que pelo menos 1 em cada 6 pessoas que visitam as unidades de Cuidados de Saúde Primários sofre de uma forma de perturbação mental. A prevalência da esquizofrenia na nossa Região está estimada em perto de 1%. Esta situação conduz a uma incapacidade grave e representa um fardo considerável para as famílias e as comunidades das pessoas afectadas. As perturbações do humor e as decorrentes do abuso de substâncias estão a tornar-se uma preocupação crescente na Região. Para além disso, a ocorrência de catástrofes naturais, conflitos e outras formas de tensão social são causas comuns de perturbações mentais. Devido ao estigma e discriminação, as perturbações mentais têm sido muitas vezes negligenciadas.

Desde a adopção, há mais de uma década, da Estratégia Regional para a Saúde Mental, pouco tem sido o aumento verificado do número de países que dispõem de políticas e planos nacionais de saúde mental. Até à data, apenas 50% dos países da Região possuem políticas nacionais de saúde mental. O investimento nos serviços de saúde mental continua a ser inadequado porque os recursos actualmente disponibilizados para enfrentar o colossal fardo dos problemas de saúde mental são insuficientes e o acesso aos serviços de saúde mental continua a ser bastante limitado.

Embora a estratégia regional advogue a favor da transferência de alguns recursos do nível dos cuidados terciários para o nível dos cuidados primários, a maioria das unidades e serviços de saúde permanece concentrada nas zonas urbanas, o que dificulta o acesso das pessoas com perturbações mentais aos cuidados nas suas comunidades, o que dificulta o acesso às unidades e aos serviços de saúde, e contribui ainda para o estigma e a discriminação.

Os países da Região gastam menos de 2% do seu orçamento total da saúde na área da saúde mental. Cerca de 80% desta fatia é gasta nos cuidados curativos, concentrados nos grandes hospitais urbanos. Tal facto conduz a uma lacuna considerável de tratamento entre os cuidados comunitários e os cuidados hospitalares.

Em último lugar, mas não menos importante, gostaria de lançar um apelo aos parceiros para que prestem apoio aos programas de saúde mental com base na abordagem dos cuidados primários.

No há saúde sem saúde mental.”

Nota: Elaborado por Adérito Gomes, Enfermeiro Chefe com especialidade em Saúde Comunitária da Unidade de Saúde Pública Barcelos/Esposende. Fotografia de Dario Silva



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