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sexta-feira, 29 de julho de 2011

São as carraças transmissoras de doença?

Os ixodídeos vulgarmente conhecidos por carraças encontram-se entre os mais importantes vectores de agentes que causam doença nos animais e no Homem. A importância médica e veterinária destes vectores advém da sua aptidão para se fixarem ao homem e a animais podendo-lhe transmitir uma grande variedade de agentes infecciosos. Desta forma as carraças são consideradas, a seguir aos mosquitos, os artrópodes mais importantes associados à transmissão de agentes infecciosos.

Se os mosquitos são responsáveis pela transmissão de agentes etiológicos que causam maior mortalidade e morbilidade, as carraças são insuperáveis quanto ao número de diferentes agentes que podem transmitir.

Na maior parte dos casos a presença da carraça não é detectada, uma vez que a picada e a ingestão de sangue é geralmente um processo indolor e a sua visualização pode ser difícil. A carraça pode localizar-se em zonas pilosas, como a cabeça, ou mesmo estando em zonas de pele descoberta pode apresentar uma reduzida dimensão e ser confundida com um sinal cutâneo.

A carraça fixa-se à pele e alimenta-se sem que a sua presença seja notada, o que pode levar a situações mais ou menos graves. Ao sermos picados por carraças podemos desenvolver:

- Infecção cutânea no local da picada;

- Reacções alérgicas;

- Doenças, causadas por agentes infecciosos.

A transmissão de agentes infecciosos é a principal preocupação quando somos picados por carraças. Estas podem estar infectadas por vírus, bactérias e protozoários que são transmitidos durante a sua alimentação e que causam diversas doenças no Homem.

Em Portugal, a principal doença associada a carraças é a febre escaro-nodular, conhecida como a febre da carraça. Existem, ainda, outras doenças como a borreliose de Lyme, febre Q, tularémia, ehrlichiose, entre outras.

Quando realizamos actividades ao ar livre, principalmente em zonas onde a vegetação é densa, devemos:

• Reduzir a área de pele exposta, usando camisa de mangas compridas, calças compridas e sapatos fechados;

• Usar roupas de cor clara;

• Ao regressar a casa, inspeccionar cuidadosamente o corpo;

• No caso de ser detectada alguma carraça fixa, devemos removê-la de imediato.

Com os animais de companhia também devemos ter os seguintes cuidados:

• Sempre que regressem da rua, devem ser inspeccionados para detecção de carraças, devendo estas ser removidas;

• Devem usar coleiras ou produtos repelentes, recomendados pelo veterinário.

Lembre-se a prevenção é a melhor forma de nos protegermos das carraças!

Para dúvidas, sugestões ou comentários, não hesite em utilizar o endereço de correio electrónico usp@csbarcelinhos.min-saude.pt.

Nota: Elaborado por Sílvia Silva, Técnica de Saúde Ambiental da Unidade de Saúde Pública de Barcelos/Esposende e publicado no Jornal de Barcelos de 04/07/2011. Fotografia de Dario Silva.

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