Os ixodídeos vulgarmente conhecidos por carraças encontram-se entre os mais importantes vectores de agentes que causam doença nos animais e no Homem. A importância médica e veterinária destes vectores advém da sua aptidão para se fixarem ao homem e a animais podendo-lhe transmitir uma grande variedade de agentes infecciosos. Desta forma as carraças são consideradas, a seguir aos mosquitos, os artrópodes mais importantes associados à transmissão de agentes infecciosos.
Se os mosquitos são responsáveis pela transmissão de agentes etiológicos que causam maior mortalidade e morbilidade, as carraças são insuperáveis quanto ao número de diferentes agentes que podem transmitir.
Na maior parte dos casos a presença da carraça não é detectada, uma vez que a picada e a ingestão de sangue é geralmente um processo indolor e a sua visualização pode ser difícil. A carraça pode localizar-se em zonas pilosas, como a cabeça, ou mesmo estando em zonas de pele descoberta pode apresentar uma reduzida dimensão e ser confundida com um sinal cutâneo.
A carraça fixa-se à pele e alimenta-se sem que a sua presença seja notada, o que pode levar a situações mais ou menos graves. Ao sermos picados por carraças podemos desenvolver:
- Infecção cutânea no local da picada;
- Reacções alérgicas;
- Doenças, causadas por agentes infecciosos.
A transmissão de agentes infecciosos é a principal preocupação quando somos picados por carraças. Estas podem estar infectadas por vírus, bactérias e protozoários que são transmitidos durante a sua alimentação e que causam diversas doenças no Homem.
Em Portugal, a principal doença associada a carraças é a febre escaro-nodular, conhecida como a febre da carraça. Existem, ainda, outras doenças como a borreliose de Lyme, febre Q, tularémia, ehrlichiose, entre outras.
Quando realizamos actividades ao ar livre, principalmente em zonas onde a vegetação é densa, devemos:
• Reduzir a área de pele exposta, usando camisa de mangas compridas, calças compridas e sapatos fechados;
• Usar roupas de cor clara;
• Ao regressar a casa, inspeccionar cuidadosamente o corpo;
• No caso de ser detectada alguma carraça fixa, devemos removê-la de imediato.
Com os animais de companhia também devemos ter os seguintes cuidados:
• Sempre que regressem da rua, devem ser inspeccionados para detecção de carraças, devendo estas ser removidas;
• Devem usar coleiras ou produtos repelentes, recomendados pelo veterinário.
Lembre-se a prevenção é a melhor forma de nos protegermos das carraças!
Nota: Elaborado por Sílvia Silva, Técnica de Saúde Ambiental da Unidade de Saúde Pública de Barcelos/Esposende e publicado no Jornal de Barcelos de 04/07/2011. Fotografia de Dario Silva.
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