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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Dependências do tabaco

O tabaco é um produto resultante de diferentes transformações e tratamentos a que é sujeita a folha de uma planta do género Nicotiana L. (Solanaceae), em particular a N. tabacum, originária da América do Sul. Os povos indígenas da América utilizavam o tabaco com fins medicinais. Trazido para a Europa pelos espanhóis no início do séc. XVI, o tabaco era mascado, ou então aspirado sob a forma de rapé. Sob a forma de rapé foi utilizado igualmente para tratamento de enxaquecas, cujo sucesso o popularizou.

Posteriormente, o tabaco passou a ser consumido apenas por “prazer” enrolado manualmente ou com a ajuda de máquinas. Cada vez mais, o hábito de fumar foi assumido como uma forma de afirmação na sociedade, e de sensualidade, graças, sobretudo, à publicidade cinematográfica indirecta. Pode-se considerar que o acto de fumar está, muitas vezes, mais ligado ao ritual que o envolve do que aos efeitos aditivos e viciantes, acrescentando a dependência psicológica à dependência física.

Os tratamentos químicos a que é sujeito o tabaco utilizado na produção de cigarros introduzem substâncias cancerígenas que se tornam ainda mais nocivas durante a combustão, podendo prejudicar o organismo de diversas formas.

O pulmão humano é composto de alvéolos pulmonares, responsáveis pelas trocas gasosas do sangue. O fumo do tabaco prejudica directamente o funcionamento da circulação sanguínea. Com a continuação do vício os alvéolos pulmonares vão sendo revestidos pelos componentes do fumo do tabaco, deixando de fazer sua função. O organismo passa então a ter menor oxigenação dos tecidos, resultando na primeira etapa de um prejuízo generalizado para todos os órgãos do corpo humano.

Actualmente, a noção do incómodo e prejuízos para a saúde dos conviventes com fumadores (fumadores passivos), levou a criar zonas de não fumadores e zonas de proibição total em muitos locais públicos de diversos países.

Associadas a essas medidas de contenção do consumo de cigarros, existem iniciativas de sensibilização, que expõem avisos visíveis nos maços de cigarro com os malefícios do seu consumo.

O tabaco é constituído por várias substâncias prejudiciais à saúde, tais como: nicotina (é a causadora do vício - actua no sistema cardiovascular); benzeno (substância irritante); formaldeído (actua sobre o sistema reprodutor); ácido cianídrico (veneno poderoso); níquel e arsénico (armazenam-se no fígado, rins, coração, pulmões, ossos e dentes, causando danos irreversíveis).

Para dúvidas, sugestões ou comentários, não hesite em utilizar o endereço de correio electrónico usp@csbarcelinhos.min-saude.pt.

Nota: Elaborado por Aristides Sousa, Médico de Saúde Pública, Coordenador da Unidade de Saúde Pública Barcelos/Esposende e publicado no Jornal de Barcelos de 01/06/2011. Fotografia de Dario Silva.

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