Habituado ao café servido nos Estados Unidos da América (o café consumido nos EUA é solúvel e não expresso como em Portugal), quando questionado sobre o que achava de Portugal, o cantor norte-americano Ben Harper afirmou que uma das suas primeiras recordações era do café, que, segundo ele, mais parecia um “shot” de cafeína.
O café é uma bebida produzida a partir dos grãos torrados do fruto do cafeeiro com água. É um estimulante por possuir cafeína. A cafeína actua tanto aumentando a vigilância quanto a capacidade de raciocínio, diminuindo, ao mesmo tempo, a resposta visual e auditiva. No entanto, doses de 300 mg podem levar ao estado de hiperatividade e como consequência a queda de atenção. A cafeína poderá ainda prejudicar o sono, tanto na qualidade quanto na redução do tempo de sono. De acordo com alguns estudos, quando ingerida 30 a 60 minutos antes do repouso, a caféina poderá atrasar o início do sono.
O teor médio de cafeína do café expresso ingerido depende de vários factores (quantidade de café do tipo robusta, grau de torra, máquina utilizada, volume da bebida). O volume médio do café “normal” é de 28 ml, do café “curto” é de 17 ml, e do café “cheio” de 47 ml. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o café “cheio” tem mais cafeína do que o café “curto”, estando a cafeína menos concentrada no “cheio” do que no “curto”. De facto, em quantidade, o teor médio em cafeína para cada tipo de expresso por chávena é: 62 mg no “curto”, 72 mg no “normal” e 88 mg no “cheio”.
Ultimamente têm sido publicados vários artigos médicos relacionando o consumo médio de café com vários benefícios para a saúde em diversas áreas, nomeadamente na prevenção da diabetes, da doença de Parkinson, da demência e das hepatopatias (doenças do fígado). Vários estudos revelam que o consumo baixo a moderado de café (correspondente à ingestão de 1 a 3/4 chávenas de café por dia) por pessoas saudáveis, tem efeitos benéficos para a saúde dos consumidores nestas doenças, bem como na prevenção de cancro na boca, faringe e esófago. Naturalmente que o café não é um tratamento milagroso contra estas doenças, mas sim mais uma arma que podemos utilizar (juntamente com uma dieta equilibrada, consultas regulares no seu médico de família, etc.) no auxilio da prevenção destas doenças.
Uma última nota para dizer que nem todas as pessoas podem consumir café. Estudos norte-americanos demonstram que nas grávidas o consumo equivalente a dois cafés poderá provocar efeitos muito negativos no coração do bebé. Existem, também, outras pessoas com doenças crónicas, cujo consumo de café em excesso poderá provocar efeitos negativos, sendo, por isso, aconselhável a consulta do médico antes do consumo regular de café ou do aumento da dose.
Para dúvidas, sugestões ou comentários, não hesite em utilizar o endereço de correio electrónico usp@csbarcelinhos.min-saude.pt.
Nota: Elaborado por Paulo Martins, Técnico de Saúde Ambiental da Unidade de Saúde Pública Barcelos/Esposende e publicado no Jornal de Barcelos de 18/05/2011. Fotografia de Dario Silva.
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