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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Primavera e alergias infantis

A chegada da primavera pode interferir de forma significativa na vida das pessoas com predisposição à alergias.

Alergia é uma resposta inadequada e exagerada do mecanismo de defesa do nosso organismo. As substâncias, que normalmente não provocam qualquer reacção mas que podem desencadear respostas alérgicas em pessoas mais susceptíveis, são chamadas alergénios.

Os alergénios mais frequentes são os que existem no ar (pólen das árvores ou gramíneas, ácaros do pó, pelos e dejectos de animais, e esporos de bolores), os que podem ser ingeridos nos alimentos (leite de vaca, ovo, peixe marisco, amendoim) ou em certos medicamentos (antibióticos).

Há alergias respiratórias, alimentares e dermatológicas.

Nas crianças as principais doenças alérgicas são a dermatite/eczema atópico (pele muito seca, vermelha e a descamar, comichão, pequenas borbulhas em certas regiões) a alergia alimentar (vómitos, diarreia, inchaço da língua, lábios e olhos, manchas na pele, falta de ar), a asma (tosse, falta de ar, chiadeira), a rinite e conjuntivite alérgicas (obstrução nasal com corrimento, espirros, comichão nasal e ocular, olhos vermelhos, inchados e com lágrimas).

Em muitos casos estas doenças coexistem. A maioria dos asmáticos tem rinite, quase metade das crianças com rinite podem ter ou vir a sofrer de asma e mais de metade das crianças com dermatite/eczema atópico podem vir a desenvolver asma ou rinite. A dermatite/eczema atópico e alergia alimentar predominam no primeiro ano de vida. A asma e a rinite/conjuntivite surgem mais tarde.

Em Portugal as alergias afectam mais de um terço das crianças, desde a primeira infância, acentuando-se na idade escolar. A rinite é a manifestação alérgica mais frequente. Mais de 25% das nossas crianças em idade escolar têm sintomas de rinite e 10% têm ao mesmo tempo queixas oculares de conjuntivite. A asma afecta 10 a 15%.

História familiar de doenças alérgicas é o maior factor de risco para o desenvolvimento de alergias. Se uma criança tem um dos pais com alergias tem um risco de 20 a 40% de vir a ter alguma doença alérgica, se os dois pais forem alérgicos o risco de ser afectada sobe para 40 a 60%. No entanto, o contacto precoce com os alergénios e certos factores ambientais como a exposição ao fumo do tabaco e a poluição atmosférica parecem desempenhar um papel importante.

Se suspeita que o seu filho sofre de doenças alérgicas, contacte o seu médico. Quando indicado este promoverá a articulação com o imunoalergologista

Para dúvidas, sugestões ou comentários, não hesite em utilizar o endereço de correio electrónico usp@csbarcelinhos.min-saude.pt.

Nota: Elaborado por Ancila Brás Gomes, Médica de Saúde Pública da Unidade de Saúde Pública Barcelos/Esposende e publicado no Jornal de Barcelos de 13/04/2011.

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