A escolha do litoral pelas sociedades modernas está relacionada com o crescimento das cidades, e com o desenvolvimento industrial. Estes ambientes causavam stress e debilidade física, levando os nossos antepassados a frequentar estes territórios por indicação médica, para restabelecimento das energias necessárias ao equilíbrio físico e psíquico. A procura do litoral aumentou e, com ele, uma nova percepção da orla marítima, que transformou espaços desérticos em locais aprazíveis e de convívio. Esta procura obrigou a progressivas transformações das localidades, de forma a dota-las de infra-estruturas necessárias às exigências das populações.
Para dar resposta às solicitações construíram-se novas vias de comunicação que permitiram uma maior acessibilidade ao litoral, ocasionando movimentos pendulares de populações, por períodos de tempo mais curtos. Construíram-se Parques de Campismo, Hotéis, Cafés, Zonas Habitacionais e outros locais destinados a eventos de animação. A construção imobiliária associada ao incremento populacional, contribuíram para aumentar a pressão sobre este território, ocasionando problemas ambientais, nomeadamente, no que concerne à erosão, à destruição dos ecossistemas, à alteração da linha da costa e à degradação da qualidade de vida das pessoas.
Para corrigir e/ou minimizar este problema surgem os Planos de Ordenamento da Orla Costeira, que se preocupam, com, a protecção e integridade biofísica do espaço, com a valorização dos recursos existentes e a conservação dos valores ambientais e paisagísticos, e outros documentos legais, que têm por objecto o mesmo fim. Agora que existem os instrumentos legais, há que trabalhar no sentido de encontrar as soluções para estes problemas.
Compete aos governantes, através dos seus representantes regionais e locais a sua aplicação, execução e o seu cumprimento. A nós, enquanto cidadãos responsáveis, e cientes dos nossos deveres, contribuir com atitudes e comportamentos que melhorem o ambiente, tais como: sempre que utilizar o litoral, evite a destruição da cobertura vegetal porque elas são responsáveis pela fixação das areias (cordões dunares); utilize os caminhos existentes para a circulação de viaturas e pessoas; os resíduos produzidos devem ser guardados em sacos plásticos e depositados nos contentores para que o destino final seja adequado, em função da sua tipologia; os PDM´s são documentos basilares no desenvolvimento sustentável das localidades, se correctamente elaborados, por isso deve associar-se à sua discussão. Não esqueçamos que o desenvolvimento sustentável é a pedra angular que permite o equilíbrio entre o homem a terra. Com isto todos ganhamos.
Concluindo, ao homem ao procurar o seu bem-estar individual e social, acabou por inconscientemente, causar constrangimentos ao ambiente e ao seu próprio habitat.
Para dúvidas, sugestões ou comentários, não hesite em utilizar o endereço de correio electrónico usp@csbarcelinhos.min-saude.pt.
Nota: Elaborado por Amâncio Ferreira, Técnico de Saúde Ambiental da Unidade de Saúde Pública Barcelos/Esposende e publicado no Jornal de Barcelos de 17/11/2010.
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