No meu último artigo, falei da importância da implementação de um programa de saúde escolar, localizado no ambiente escolar.
No entanto para que uma escola seja considerada abrangida pelo Programa Nacional de Saúde Escolar (PNSE), tem de trabalhar as 4 áreas prioritárias já referidas no artigo anterior: 1- Saúde individual e colectiva; 2- Inclusão escolar; 3- Ambiente escolar; 4- Estilos de vida. Neste artigo iremos abordar as duas primeiras.
Saúde individual e colectiva:
Ao longo do ciclo de vida, a vigilância da saúde das crianças e dos jovens é da responsabilidade do médico de família. A estes profissionais compete realizar o Exame Global de Saúde (EGS), nas idades-chave, (5-6 anos e 11-13 anos) que consiste na realização do exame físico, avaliação do desenvolvimento estato-ponderal e psicomotor, da visão, da audição, da boca e dentes, da postura e da linguagem, completado aos 13 anos pela avaliação do estado pubertário. Esta informação é depois enviada à equipa de saúde escolar através de ficha (ficha de ligação).
À equipa de saúde escolar compete:
1. Monitorizar este EGS e gerir a ficha de ligação
2. Avaliar o cumprimento do Plano Nacional de Vacinação de toda a comunidade educativa, nomeadamente alunos que completem 6 e 13 anos, professores, educadores e auxiliares de acção educativa
3. Promover o cumprimento da legislação de Evicção Escolar
4. Promover a Saúde Mental na escola através, da implementação de projectos que visam, o desenvolvimento de competências pessoais e sociais dos alunos, a criação de um clima de escola amigável, o combate ao abandono e à exclusão escolar, a identificação e subsequente orientação das crianças com risco de doença mental ou de distúrbios comportamentais e a promoção da equidade entre alunos (sexo, etnia, religião, classe socio-económica)
Inclusão Escolar
Do ponto de vista educativo, Escola Para Todos ou Escola Inclusiva é aquela onde todos os alunos devem aprender juntos, independentemente das deficiências, dificuldades, diferenças ou necessidades específicas que apresentem. A diversidade na escola deve ser encarada como um factor de enriquecimento e de desenvolvimento.
Em Saúde escolar, consideram-se Necessidades de Saúde Especiais (NSE), as que resultam dos problemas de saúde física e mental que tenham impacto na funcionalidade, produzam limitações acentuadas em qualquer órgão ou sistema, impliquem irregularidade na frequência escolar e possam comprometer o processo de aprendizagem.
A Equipa de Saúde Escolar é a interface entre a escola e os serviços de saúde e compete-lhe detectar e orientar adequadamente uma criança ou jovem com problemas de saúde física ou mentais passíveis de afectar as suas aprendizagens e apoiar a sua inclusão escolar O profissional da equipa de saúde escolar reúne e analisa toda a informação de saúde do aluno, quer ela provenha dos pais, professores, médico assistente ou de outros. Ao mesmo tempo, face às NSE do aluno, propõe as recomendações de saúde e as adaptações escolares, tendo em conta a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, na qual a funcionalidade de um indivíduo, num domínio específico, é uma interacção ou relação complexa entre a condição de saúde e os factores contextuais.
Porque o futuro aos jovens pertence, para eles, a Equipa de Saúde Escolar trabalha, para um futuro saudável e promissor.

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