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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Obesidade infantil

O estilo de vida e o comportamento alimentar são essenciais para percebermos o nosso estado de saúde.

Quanto mais cedo optarmos por um estilo de vida saudável mais protegidos estaremos de determinadas doenças e estamos a contribuir para a diminuição do risco de obesidade, hipertensão, osteoporose, doenças cardiovasculares, diabetes, alguns tipos de cancro e outras.

A obesidade infantil está associada, salvo raras excepções, principalmente a ingestão alimentar não equilibrada e à falta de exercício.

Contribuem para a obesidade alguns factores de risco, tais como:

  • Dieta – Uma alimentação regularmente muito calórica como o fast-food, snacks, doces, produtos das máquinas de distribuição automática, alimentos com muita gordura e bebidas ricas em açúcar.

  • Sedentarismo – Nos tempos que correm as nossas crianças passam grande parte dos tempos livres a ver televisão ou a jogar no computador, actividades que pouco contribuem para gastar calorias.

  • Familiares/sociais – Famílias com baixos rendimentos, famílias com baixa escolaridade, a disponibilidade alimentar familiar, que é da responsabilidade dos pais.

  • Factores psicológicos – Uma família com tendência para comer demasiado, de forma a superar problemas, transmite esta tendência para os filhos.

  • Genética – Se a família tem problema de excesso de peso, pode haver predisposição genética.

As crianças obesas podem desenvolver várias doenças que se agravam com o avançar da idade, tais como, síndrome metabólico, diabetes II, hipertensão, alterações do sono, alterações no desenvolvimento pubertário, asma e outros.

A família com uma criança com excesso de peso/obesidade, deve desenvolver estratégias proactivas, ser um exemplo na alimentação, confeccionar dietas saudáveis, não tecer criticas, elogiar sempre que a criança se alimenta adequadamente e fazer com que a criança se sinta amada e querida.

Para terem um crescimento correcto e saudável, as crianças necessitam de calorias e nutrientes extra, mas que tem de estar em harmonia com as necessidades diárias. Deste equilíbrio resulta o peso normal para a idade.

A família deve conhecer os alimentos quanto á sua constituição nutricional e adequar a quantidade diária e a confecção, tendo como base a roda dos alimentos. As refeições devem respeitar as seguintes indicações:
  • Utilizar alimentos de qualidade, limpos e frescos;

  • Tomar sempre o pequeno-almoço;

  • Incluir alimentos de todos os sectores da Roda dos Alimentos, nas proporções por ela sugeridas;

  • Variar o mais possível os alimentos;

  • Não passar mais de três horas e meia sem comer;

  • Evitar alimentos com muito sal;

  • Evitar alimentos açucarados (bolos, rebuçados, refrigerantes, etc.);

  • Evitar os fritos ou ementas com muita gordura;

  • Consumir diariamente leite ou derivados;

  • Comer pelo menos três peças de fruta por dia;

  • Consumir produtos hortícolas, no prato ou em saladas, com abundância;

  • Comer leguminosas (feijão, grão) pelo menos duas vezes por semana;

  • Consumir diariamente sopa;

  • Preferir pão escuro (mistura de centeio e trigo), do tipo saloio ao pão mais branco (trigo);

  • Comer peixe pelo menos quatro vezes por semana;

  • Evitar consumir bebidas alcoólicas (interdito ás crianças e adolescentes);

  • Beber líquidos em abundância (água simples, limonada ou refrescos sem açúcar e infusões de ervas).

A actividade física ajuda a gastar energia, a fortalecer os músculos e os ossos.

Andar a pé, subir escadas, ir às compras ou praticar outra actividade que o faça mexer-se contribui para o bem-estar físico e emocional e ajuda na capacidade de concentração, tais como andar de bicicleta, fazer jogos ao ar livre, se possível ir para a escola a pé, fazer natação, etc. Ideal seria caminhar 1 hora/dia, no ritmo que melhor se tolere.

Nota: Artigo elaborado por Adérito Gomes, Enfermeiro Chefe com especialidade em Saúde Comunitária da Unidade de Saúde Pública de Barcelos/Esposende e publicado a 20/01/2010 no "Jornal de Barcelos"

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