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quarta-feira, 6 de março de 2019

Carraças

Já alguma vez viu uma carraça? Com certeza já deve ter visto no seu animal de estimação, é um acontecimento natural. Mas já parou para reflectir que as carraças podem pôr em causa a sua saúde? Pode pensar que as carraças são indefesas e que não constituem um perigo para a nossa saúde, todavia esse pensamento não poderia estar mais errado. 

As carraças podem ser um veículo de transmissão de algumas doenças geralmente consideradas graves através da picada. Elas parasitam animais especialmente na época de primavera e verão, sensivelmente entre meados de abril/maio (que pode estender-se até outubro), podendo eventualmente parasitar o Homem. Por isso, é importante que tenha em atenção as precauções a seguir recomendadas: 
  • evitar o contacto com animais abandonados;
  • desparasitar os animais domésticos;
  • caso visite locais com vegetação densa (em caminhadas ou outras actividades), preferencialmente deve:
    • evitar o uso de calçado aberto;
    • utilizar roupa que cubra a maior parte do corpo (área de pele exposta deve ser a menor possível), devendo ser de preferência clara para facilitar a visualização das carraças caso existam;
    • utilizar repelente;
  • também deve sempre inspeccionar o corpo e a roupa após ter contactado com locais/situações de risco, visto que, a sua presença é normalmente imperceptível devido ao seu tamanho reduzido e a picada é indolor, o que dificulta a sua detecção.
As pessoas cuja actividade profissional implique um contacto frequente com animais ou com zonas de risco, nomeadamente os agricultores, caçadores e todos aqueles que participam em actividades ao ar livre, bem como as crianças (por serem um grupo vulnerável), devem ter cuidados redobrados.

Caso detecte uma carraça no seu corpo, roupa ou no seu animal doméstico, deve recorrer a um profissional de saúde ou proceder à sua remoção de forma segura. O método mais seguro de remoção implica os seguintes procedimentos:
  • colocação de luvas, papel ou algodão para que não haja contacto directo dos dedos com a carraça;
  • Colocar uma pinça ou o polegar e o indicador, na carraça, na zona mais próxima possível da pele (excepto na zona mole da carraça);
  • fazer um pequeno movimento de torção e puxar para que a caraça se solte;
  • examinar cuidadosamente o local de onde foi removida a caraça. Caso verifique que as peças bucais ficaram presas, deve retirar com uma pinça. 
  • no final, desinfecte o local da picada com álcool.
  • É importante salientar que, para proceder à remoção de carraças, nunca deve utilizar azeite ou vaselina, aproximar fontes de calor ou perfurar a carraça com agulhas ou facas.
Caso detecte alguma lesão a nível da pele nos dias seguintes devido a uma picada de carraça ou presenciar sintomas de febre, perda de apetite, dores de cabeça ou a nível muscular, náuseas e vómitos, deve recorrer imediatamente ao seu médico de família.

Não se esqueça que o Homem e o meio envolvente comunicam entre si, sendo por isso fundamental ter consciência dos perigos que estão presentes naturalmente na natureza e saber qual a melhor forma de actuar para que não seja comprometida a nossa saúde e bem-estar.

Nota: Elaborado por Rute Silva, Estagiário do 4.º ano da Licenciatura em Saúde Ambiental a realizar Estágio Curricular Supervisionado em Saúde Ambiental na Unidade de Saúde Pública Barcelos/Esposende.

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