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segunda-feira, 26 de março de 2012

Como prevenir doenças transmitidas pela água?


A água é um bem essencial a todas as formas de vida, mas pode também ser um veículo de transmissão de doenças para o Homem, causadas por bactérias, vírus, protozoários e helmintas.

A desinfeção assume um papel primordial no tratamento da água, quer para combater contaminações microbiológicas nas origens da água, quer assumindo um papel preventivo para evitar a presença de microrganismos na água.

No uso de poços privados para abastecimento de água devemos ter alguns cuidados, bem como na utilização e na manutenção de reservatórios domésticos. De forma a evitar a presença de microrganismos patogénicos na água, as recomendações abaixo indicadas, preconizadas pela Direção-Geral da Saúde, pretendem de alguma forma aconselhar a forma correta de desinfeção de poços e reservatórios.

Desinfeção de poços

  • Lavagem do revestimento interior recorrendo ao uso de escovilhões e de uma solução clorada de 50 mg/l de cloro ativo, de modo a deixar a superfície interior bem limpa;
  • Encher o poço de seguida com uma solução de 30 mg/l de cloro ativo e deixar a água no poço pelo menos 12 horas (tempo de contacto), de duas em duas horas verificar o nível do líquido no poço, completando-o se for caso disso;
  • No caso de a corrente subterrânea ser forte, subjacente ao poço, o enchimento deverá completar-se de meia em meia hora e a solução deverá ser enriquecida com 40ml/l de cloro ativo;
  • Deverá ser efetuada, pelo menos, de dois em dois anos.

Desinfeção de reservatórios

Nas casas que possuem reservatório para armazenamento de água é importante limpar e desinfetar o reservatório, pelo menos, uma vez por ano, recomendando-se o seguinte:

  • Lavar cuidadosamente o fundo, a parte interior da cobertura e as paredes do reservatório, utilizando uma solução de 20 a 30 mg/l de cloro ativo, desincrustante, biodispersantes e germicidas;
  • Pulverizar toda a superfície interior com uma solução clorada de 100 a 200 mg/l de cloro ativo;
  • Encher o reservatório de modo a que a solução final contenha 100 mg/l de cloro ativo, após a sua limpeza;
  • Manter esta solução no interior do reservatório durante quatro horas, bem como em todas as tubagens interiores, de forma a se atingir um cloro residual livre de 25 mg/l.

As doenças associadas à água continuam a ser um fator importante de morbilidade e mortalidade no mundo. Por isso é aconselhável, ao utilizar água que não provém da rede pública de abastecimento, proceder à sua desinfeção. Só assim poderemos evitar doenças de transmissão hídrica como a Shigellose, febre tifóide, Leptospirose, entre outras.

Nota: Elaborado por Sílvia Silva, Técnica de Saúde Ambiental da Unidade de Saúde Pública de Barcelos/Esposende. Fotografia da Dario Silva.


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