A água é um bem
essencial a todas as formas de vida, mas pode também ser um veículo de
transmissão de doenças para o Homem, causadas por bactérias, vírus,
protozoários e helmintas.
A desinfeção assume
um papel primordial no tratamento da água, quer para combater contaminações
microbiológicas nas origens da água, quer assumindo um papel preventivo para
evitar a presença de microrganismos na água.
No uso de poços
privados para abastecimento de água devemos ter alguns cuidados, bem como na
utilização e na manutenção de reservatórios domésticos. De forma a evitar a
presença de microrganismos patogénicos na água, as recomendações abaixo
indicadas, preconizadas pela Direção-Geral da Saúde, pretendem de alguma forma
aconselhar a forma correta de desinfeção de poços e reservatórios.
Desinfeção de poços
- Lavagem do revestimento interior recorrendo ao
uso de escovilhões e de uma solução clorada de 50 mg/l de cloro ativo, de
modo a deixar a superfície interior bem limpa;
- Encher o poço de seguida com uma solução de 30
mg/l de cloro ativo e deixar a água no poço pelo menos 12 horas (tempo de
contacto), de duas em duas horas verificar o nível do líquido no poço,
completando-o se for caso disso;
- No caso de a corrente subterrânea ser forte,
subjacente ao poço, o enchimento deverá completar-se de meia em meia hora
e a solução deverá ser enriquecida com 40ml/l de cloro ativo;
- Deverá ser efetuada, pelo menos, de dois em
dois anos.
Desinfeção de reservatórios
Nas casas que
possuem reservatório para armazenamento de água é importante limpar e
desinfetar o reservatório, pelo menos, uma vez por ano, recomendando-se o
seguinte:
- Lavar cuidadosamente o fundo, a parte interior
da cobertura e as paredes do reservatório, utilizando uma solução de 20 a
30 mg/l de cloro ativo, desincrustante, biodispersantes e germicidas;
- Pulverizar toda a superfície interior com uma
solução clorada de 100 a 200 mg/l de cloro ativo;
- Encher o reservatório de modo a que a solução
final contenha 100 mg/l de cloro ativo, após a sua limpeza;
- Manter esta solução no interior do
reservatório durante quatro horas, bem como em todas as tubagens
interiores, de forma a se atingir um cloro residual livre de 25 mg/l.
As doenças
associadas à água continuam a ser um fator importante de morbilidade e
mortalidade no mundo. Por isso é aconselhável, ao utilizar água que não provém da
rede pública de abastecimento, proceder à sua desinfeção. Só assim poderemos
evitar doenças de transmissão hídrica como a Shigellose, febre tifóide,
Leptospirose, entre outras.
Nota: Elaborado por Sílvia Silva, Técnica de Saúde
Ambiental da Unidade de Saúde
Pública de Barcelos/Esposende. Fotografia da Dario Silva.
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