O uso de drogas é um fenómeno bastante antigo na história da humanidade e constitui um grave problema de Saúde Pública, que se tem vindo a massificar e diversificar na era da globalização e consumismo. O seu consumo associa-se ao bem-estar, aliviando a dor e o sofrimento, diminuindo consequentemente os problemas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, “droga é toda a substância que, introduzida em um organismo vivo, pode modificar uma ou mais das suas funções”. O seu consumo constante pode levar à mudança de comportamento, criando dependência, um desejo compulsivo de usar estas substâncias habitualmente, ao mesmo tempo que o consumidor apresenta problemas orgânicos decorrentes da sua falta. A lei diferencia as drogas lícitas (tabaco, álcool, medicamentos) das ilícitas (cocaína, crack, heroína, ecstasy e outras).
Segundo o Relatório Mundial de 2011 sobre drogas, “ os mercados globais para a cocaína, heroína e cannabis diminuíram ou permaneceram estáveis, a produção e abuso de medicamentos opiáceos prescritos e novas drogas sintéticas subiu”. Só no ano passado, foram detectadas 41 novas substâncias psico-activas na União Europeia, o número mais alto de sempre.
Estas novas drogas, sintéticas, são consideradas legais pois têm como base princípios químicos activos legais, o que dificulta a sua procura e proibição. Estas são vendidas ao público em lojas comerciais (smart shops) e pela internet. A primeira loja portuguesa abriu em Fevereiro 2007 na cidade de Aveiro, vendendo drogas como sendo incensos ou fertilizantes de plantas para fugir ao controlo das autoridades. A mais recente droga introduzida neste mercado, a mefedrona ou “miau miau”, que é o estupefaciente da moda, é um fertilizante de plantas, comparável ao ecstasy e à cocaína, só que ainda mais potente. Causa euforia, perda de memória, suores, taquicardia e paranóia. A sua venda encontra-se proibida nalguns países europeus, e, em Portugal, segundo o Presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência, está prestes a ser proibida, dado que o seu consumo se encontra associado a mortes e problemas de saúde graves.
A dificuldade das autoridades europeias em acompanharem com legislação adequada o aparecimento destas novas substâncias no mercado, é hoje em dia um problema muito grave. Só com a inclusão destas drogas na lista dos produtos controlados será impedida a sua comercialização, o que se complica pelo constante e rápido aparecimento destas. Deste modo torna-se essencial alertar os pais, educadores e jovens que nem tudo o que é vendido no comércio legalizado, é livre de riscos. Há que estar atento!
Nota: Elaborado por Luísa Dantas, Enfermeira de Saúde Comunitária da Unidade de Saúde Pública Barcelos/Esposende e publicado no Jornal de Barcelos de 17/08/2011. Fotografia de Dario Silva.
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